Padre Kelmon anuncia pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo e escolhe pastor como vice

01/02/2024 04h43 - Atualizado há 9 mêses

Religioso disse que vive há 22 anos em São Paulo e que a chapa, formada por ele e pelo pastor evangélico Manoel Lopes Ferreira Junior

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O pré-candidato Padre Kelmon (PRD)

MARCELO FONSECA/ESTADÃO CONTEÚDO

Padre Kelmon (PRD), ex-candidato à Presidência da República nas eleições de 2022, confirmou na terça-feira (30) que é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. O sacerdote cristão disse ainda que o Pastor Manoel Lopes Ferreira Junior (PRD) será seu vice na chapa. Os detalhes sobre a oficialização da candidatura não foram ainda definidos, segundo a assessoria de seu partido.

O religioso disse que vive há 22 anos em São Paulo e que a chapa, formada por ele e pelo pastor evangélico, é a “união dos cristãos em defesa dos valores e princípios”, e que, juntos, irão combater “ideologias de viés comunistas”.

“Nós estamos inaugurando um novo jeito de se fazer política no Brasil, chega de política egocêntrica. Queremos introduzir a política ‘Cristocêntrica’.”

Nas últimas eleições, Padre Kelmon se tornou candidato após a impugnação pela Justiça Eleitoral do ex-deputado Roberto Jefferson na disputa. Atualmente, o ex-parlamentar cumpre pena na prisão.

Vestindo insígnias e trajes religiosos, Padre Kelmon chamou a atenção do público durante os debates. Ele também ficou conhecido por tumultuar os confrontos entre os presidenciáveis.

O postulante ao Palácio do Planalto bateu boca com o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi repreendido pelo jornalista William Bonner, da TV Globo. “Peço desculpas ao público”, disse o apresentador após o candidato interromper Lula reiteradas vezes.

Neste mesmo debate, a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) taxou Kelmon de “padre de festa junina”. A fala teve grande repercussão e se tornou o assunto mais comentado nas redes sociais naquele fim de primeiro turno.

Na campanha eleitoral, o político afirmava ser membro da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil, porém, em dezembro do mesmo ano, a instituição desligou Kelmon e o proibiu de ministrar missas em nome da igreja.

“Candidato laranja”

Em todos os debates que participou, Padre Kelmon elogiou o candidato a reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e atacou Luiz Inácio Lula da Silva, com quem chegou a discutir fora dos microfones. O petista o chamou de “laranja”. Após a fala, candidato da direita negou que tenha servido de apoio ao Bolsonaro.

Questionado por jornalistas se não seria mais lógico o então Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) apoiar à reeleição de Bolsonaro do que “fazer dobradinha” com o presidente, Padre Kelmon se exaltou e disse que a profissional estava enganada.

Padre sairá como candidato pelo PRD

Neste pleito, Padre Kelmon se candidatará em nova sigla, o Partido da Renovação Democrática (PRD). A legenda é fruto da fusão do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) com o Patriota. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou no fim do ano passado a iniciativa.

Os dois partidos, orientados politicamente à direita, optaram pela fusão como uma forma de não serem afetados pela cláusula de barreira. A medida exige que os partidos alcancem no mínimo 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados a nível nacional ou elejam 11 deputados federais para que tenham direito a acessar recursos públicos do fundo partidário e a propaganda gratuita em rádio e TV nas eleições.

Estadão Conteúdo

Alex Braga, do Estadão Conteúdo