Não é porque é de alta patente que está livre, diz Múcio sobre militares investigados por estimular golpe

29/08/2024 04h38 - Atualizado há 2 mêses

Exército abriu inquérito contra quatro oficiais superiores que teriam sido responsáveis por carta entregue ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

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Antonio Cruz/ Agência Brasil - 26.jun.2019

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse nesta quarta-feira(28) que o Exército vai seguir investigando os militares apontados como autores de uma carta que sugeria golpe após o resultado das eleições de 2022. E disse que os responsáveis, mesmo de alta patente, serão punidos.

“Não é porque é de alta patente que está livre, e tem obrigações com a disciplina das Forças Armadas. Foram militares de alta patente, que resolveram estimular o fracionamento do bom equilíbrio do exército. Desestimular o trabalho do general, e ele prontamente, competentemente, abriu o inquérito, descobriu os culpados e vão ser punidos¨, disse Múcio.

O documento foi encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante as investigações da Polícia Federal, e foi considerado pelo comandante da Força Terrestre na época, general Marco Antônio Freire Gomes, como uma pressão para que ele aderisse a uma tentativa de golpe de Estado.

Segundo o Exército, 37 militares assinaram a carta. Inquéritos foram abertos para investigar a conduta de quatro deles. Entre os identificados, já foram punidos, com base no regulamento Disciplinar do Exército (RDE), 12 coronéis, 9 tenentes-coronéis, 1 major, 3 tenentes e 1 sargento.

A fala do ministro ocorreu após cerimônia em comemoração aos 25 anos do Ministério da Defesa, em Brasília.

“As forças armadas, para serem fortes, não podem trabalhar sobre a aérea da suspeição. Tudo tem que ser esclarecido”, acrescentou.

Marina Demori da CNN, Brasília