Na corrida pela pré-campanha, até jingle já foi lançado para tentar alavancar nome
Músicas são pensadas com base nas propostas e perfil dos políticos
A pré-candidata ao Governo de Mato Grosso do Sul, deputada federal Rose Modesto (PSDB), deu a largada dos jingles na corrida eleitoral. Na tentativa de alavancar o nome na pré-campanha, a parlamentar lançou uma música contando parte da sua história.
Embalada por violão — instrumento que sempre aparece nas mãos da deputada em publicações — a canção tem base regional e diz “coração honesto, sou Rose Modesto. Aceito a missão”. O jingle de 2 minutos e meio foi compartilhado nas redes sociais da pré-candidata.
Além do refrão “trabalho e fé em Deus, essa sou eu”, a deputada federal chama “vamos festejar nossa união”. Vale lembrar que a pré-candidatura foi lançada com anúncio de entrada no União Brasil, partido que surgiu da fusão do PSL e DEM.
Consultores em marketing político ouvidos pelo Jornal Midiamax afirmam que um jingle tem praticamente o mesmo processo de uma campanha e afirmam que é necessário saber, para a composição, qual a proposta da pessoa, o que ela defende, qual é o perfil dela como candidato, como político.
Como nasce um jingle?
Após a entrevista com o candidato para entender as propostas e perfil, o compositor “desenvolve uma letra de jingle e também a música”. O próximo passo é definir qual estilo musical será utilizado, seja ele sertanejo, pop, rock ou outro vertente.
O valor de um jingle é estimado entre R$ 5 e 20 mil. Este tipo de produto poderá ser elaborado tanto pelo próprio marqueteiro do pré-candidato ou por alguém que se dedique apenas aos jingles. Todavia, lançar um jingle muito tempo antes da campanha eleitoral pode ser problemático se for realizado sem acompanhamento do marqueteiro, por risco de não haver unidade entre as peças que compõem a estratégia publicitária.
Liberados?
Desde que não contenham pedidos de voto, os jingles são liberados. Segundo o TRE-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), propaganda antecipada passível de multa é aquela que contenha pedido explícito de voto ou conteúdo eleitoral vedado.
No entanto, o Tribunal destaca que em 2018, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) definiu que ‘palavras mágicas’ são consideradas com conceito de pedido explícito de votos. Exemplos são ‘vote em, eleja, apoie, vote contra’ e outros termos neste sentido.
Dândara Genelhú
MIDIAMAX