Morre Olavo de Carvalho: guru do bolsonarismo disse que covid era 'historinha de terror'

25/01/2022 10h24 - Atualizado há 2 anos

Diagnosticado com covid dias antes de morrer, o escritor e ideólogo da direita brasileira Olavo de Carvalho colecionava postagens no Twitter e Facebook questionando a letalidade do coronavírus, que chamava de "mocoronga vírus".

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REDES SOCIAIS/REPRODUÇÃO

A causa da morte de Olavo não foi confirmada e não se sabe se a covid teve relação com caso - segundo mensagem veiculada em seu canal no Telegram no dia 15/01, ele havia contraído covid-19 e precisava cancelar as aulas de um curso de filosofia que ministrava online.

No entanto, nas redes sociais, centenas de pessoas passaram a resgatar publicações nas quais o escritor, conhecido como uma espécie de guru do bolsonarismo, criticava medidas de isolamento social, o uso de máscaras e duvidava dos riscos do coronavírus.

"O medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente de Papai Noel", escreveu Olavo na sua conta de Twitter em maio de 2020.

Em janeiro de 2021, quase um ano depois do início da pandemia, o escritor continuava a duvidar da letalidade do coronavírus. "Dúvida cruel. O Vírus Mocoronga mata mesmo as pessoas ou só as ajuda a entrar nas estatísticas?", escreveu no Twitter.

"O Brasil não quer vacina chinesa obrigatória, o STF quer. Quem manda mais? O Brasil não quer ideologia de gênero nas escolas infantis. O STF quer. Quem manda mais? O BRASIL NÃO MANDA NADA", escreveu em 27 de outubro de 2020, no Facebook.

Ao mesmo tempo, ele defendia, em suas redes sociais, medicamentos sem qualquer eficácia comprovada para o tratamento da covid, como a cloroquina.

"Na França o primeiro-ministro e o ministro da Saúde que vetaram a cloroquina perderam os cargos e respondem a processo. No Brasil, xingado de genocida é o presidente que, liberando a cloroquina, salvou milhares de vidas. Esse país é o paraíso da ignorância", escreveu Olavo em 15 de julho de 2020.

Na realidade, a demissão dos ministros franceses citados pelo escritor não teve qualquer relação com proibição de cloroquina. Eles foram acusados de falhar na resposta à pandemia, diante da escassez de equipamentos médicos nos hospitais franceses.

Com informações BBC NEWS