Ministro diz que governo vive paz com o agro, mas ainda vê “fascismo” em minoria ruralista
Carlos Fávaro é o entrevistado da edição do CNN Entrevistas que será exibida neste final de semana
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou de “fascistas” os produtores rurais que pregam contra os negócios de outros agricultores com base em diferenças políticas. De acordo com Fávaro, esta seria uma parcela pequena do agro, porém barulhenta.
Ao ser questionado sobre a expressão polêmica utilizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha eleitoral de 2022, Fávaro concordou com o petista sobre o que também considera “fascismo”.
“Todos aqueles que insistirem em dizer ‘não compre de determinado produtor, ou de determinado sementeiro, porque ele vota no presidente tal’, isso vem do fascismo. São poucos, mas muito barulhentos. A imensa maioria é gente de bem, trabalhadora, que teve um viés ideológico e eleitoral diferente. E a gente respeita. Mas aquele que quer botar o estigma de represália, só porque pensa diferente, eu não vejo como não ser chamado de fascista”, disse ao CNN Entrevistas, que vai ao ar neste fim de semana.
A decisão de montar um gabinete itinerante do ministério no Rio Grande do Sul permitirá que Fávaro esteja em intenso contato com agricultores gaúchos, que são os maiores produtores de arroz do país. O ministro reitera que o clima é bom, mas no atual momento tem sido criticado pela medida de compra do alimento importado.
Entre ter paz ou ter apoio do agronegócio brasileiro, o ministro disse que “gradativamente” vê o apoio político crescer, mas que o mais significativo é a construção de uma relação pacífica com o setor.
“A paz eu lhe garanto que já tem. Veja que estamos fazendo reuniões setoriais. Todos que vêm, saem felizes”, disse.
“O Brasil sai das eleições de 2022 muito dividido. O clima de intolerância reinando, as pessoas… Perderam a capacidade da tolerância, do respeito divergente. Bastava não pensar igual [que] vinha uma onda de destruição de reputação”, repudiou.
Basília Rodrigues e Isabel Mega da CNN Brasília