Mário Cesar marcou cafezinho com Amorim, revelam escutas

26/07/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Mario Cesar (PMDB), conforme a Polícia Federal, figura como possível integrante do esquema para viabilizar a cassação do então prefeito Alcides Bernal (PP) e teve diálogos telefônicos com João Amorim interceptados negociando “outro cafézinho”, referência utilizada como sinônimo de propina. O Correio do Estado tenta contato com Mário Cesar há dois dias, mas o celular dele está desligado. Ele e Gilmar da Cruz estariam fora da Capital.

Já Paulo Pedra é citado como um dos que não concordaria com o esquema. Sem papel definido durante toda a gestão de Bernal, Pedra transitava entre a base e oposição até que, pouco antes da cassação, tornou-se ferrenho defensor do prefeito depois de emplacar cargo na administração municipal, tanto que integrou grupo de seis vereadores contrários a perda de mandato do progressista. Ele classifica o feito como “espaço político republicano”.

Sobre Shimabukuro, as conversas interceptadas indicavam que ele votaria favorável à cassação por não ter conseguido 60 cargos na Agetran, ao contrário do que havia pedido. “O Japonês (supostamente Shimabukuro) pediu 60 nomeações, saiu 3”, consta em trecho do relatório da PF. O petebista foi contemplado somente com a indicação do diretor-presidente da autarquia na época, Jean Saliba. Mas votou contrário à Bernal, exatamente como mostravam as escutas.

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(*) A reportagem, de Zana Zaidan e Valquíria Oriqui