Mandetta descarta eleição este ano e diz que '2022 está longe'

05/05/2020 08h17 - Atualizado há 5 anos

Luiz Henrique está escrevendo livro sobre atuação no Ministério da Saúde

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Foto: Arquivo

Ex-ministro da Saúde e ex-deputado federal, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), descartou que será candidato nas eleições municipais deste ano, previstas para outubro, durante entrevista ao Correio do Estado. Exonerado do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no dia 16 de abril deste ano, o sul-mato-grossense deixou o Governo Federal com aprovação de 76%, íncide maior que do chefe da nação.

Pesquisa do Datafolha divulgada no início do mês passado mostrou que a aprovação do Ministério da Saúde era o dobro da do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o instituto, o presidente recebeu aprovação de 33%.

Além das divergências entre Mandetta e Bolsonaro nas ações de combate ao novo coronavírus (Covid-19) - o então ministro recomendava o isolamento social e o presidente recomenda a continuidade da economia e do comércio - nos bastidores a informação é que o o chefe de Estado ficou com ciumes do destaque de seu ministro na imprensa, ficando ainda mais popular que ele e o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, que pediu exoneração uma semana após a saída de Mandetta.

Questionado se deve concorrer a algum cargo eletivo, o ex-ministro afirmou que este ano não. "Em 2020 definitivamente não, só tem prefeito, vice e vereador. Não estou a par dos problemas, tem que estudar se preparar, entender com bastante antecedentes. Não tenho nenhum plano para isso. E 2020 está muito longe. Política é destino, vamos aguardar", disse sem descartar.

Sobre o apoio do DEM a reeleição do prefeito e seu primo, Marcos Trad (PSD), Mandetta destacou que a intenção é esta, porém depende de deliberação da maioria do partido.

"A convenção é em julho, quando delibera, ao que tudo leva a crer vamos por esse caminho. A gente não sabe o dia de amanhã. Não tendo nenhuma mudança no quadro continuamos apoiando o Marcos, como apoiamos em 2016. Para ele dar continuidade no trabalho, está mais maduro, aprendeu, mas pode fazer mais. Pode fazer um mandato melhor que o primeiro. Eu estava muito distante, acho que ele fez o que era dentro do possível. Se tiver voto no partido, o meu voto, é para que mantenha, se não tiver nada diferente. Mas eu sou muito democrático, posso ser convencido", afirmou o ex-ministro sobre a possibilidade de mudar seu apoio.

A expectativa de Mandetta é que o DEM consiga eleger ao menos cinco vereadores em Campo Grande. O político está responsável pela pasta na Capital, conforme divisão feita pelos lideres da agremiação. Em Dourados, o deputado José Carlos Barbosa deve ser candidato a prefeito.

Yarima Mecchi

CORREIO DO ESTADO