Mais de 180 brasileiros pediram refúgio na Argentina, que ainda não bate martelo sobre foragidos

18/10/2024 04h51 - Atualizado há 1 mês

Até o fim de setembro, comissão responsável por outorgar asilo ainda não tinha se decidido sobre nenhuma solicitação

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Divulgação

Pelo menos 181 brasileiros pediram refúgio na Argentina desde janeiro deste ano, segundo a Comissão Nacional para os Refugiados (Conare), órgão do país responsável por outorgar asilos políticos. Até o final de setembro, todas as solicitações ainda estavam sendo analisadas.

O total de brasileiros que solicitam refúgio no país até o fim de setembro foi obtido nesta quarta-feira (16) por meio de uma solicitação de informação pública realizada pelo jornal Tiempo Argentino. A CNN teve acesso ao documento, enviado ao veículo pela secretaria executiva da Conare.

De acordo com os dados, a maioria dos pedidos de refúgio por pessoas de nacionalidade brasileira foram feitos em maio, junho e julho, com 47, 41 e 37 solicitações respectivamente.

A CNN apurou que alguns dos procurados pela Justiça pelos ataques às sedes dos Três Poderes do 8/1 que fugiram do Brasil solicitaram refúgio na Argentina também para familiares que estão com eles no país. Muitos foragidos alegam terem sido presos de maneira injusta e que há arbitrariedade nas decisões judiciais, sem individualização dos processos.

Na terça, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a extradição de 63 brasileiros investigados pelos ataques de 8 de janeiro e que fugiram para a Argentina.

Desde a manhã desta quarta, a embaixada do Brasil em Buenos Aires já recebeu quase 40 pedidos de extradição dos foragidos. As solicitações serão processadas e enviadas à Chancelaria argentina.

Apesar da movimentação para a extradição, enquanto os pedidos de refúgio não forem aceitos ou rejeitados pela Conare da Argentina, os solicitantes de asilo não podem ser presos ou enviados de volta para o Brasil. Os brasileiros que tiverem refúgios outorgados não poderão ser extraditados.

Luciana Taddeo da CNN , de Buenos Aires