Mais da metade dos eleitores de Campo Grande diz não ter ideologia
Para população de Campo Grande, espectro político não é determinante para escolher candidato
Eduardo Miranda
Mais da metade do eleitorado de Campo Grande diz não ter ideologia política e não leva em consideração alinhado à esquerda ou à direita na hora de votar, é o que aponta levantamento do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), feito em parceria com o Correio do Estado .
O porcentual de pessoas que disse não ter ideologia política corresponde a 52% do eleitorado da Capital.
O levantamento ainda informado que 25% dos entrevistados se declararam à direita, e 17,33%, da esquerda.
Os que se declararam de centro representam 5,67% dos eleitores.
O IPR também perguntou aos eleitores da capital de Mato Grosso do Sul se a ideologia ou a posição dos atuais partidos, sejam eles de direita, centro ou esquerda, têm relação direta com a escolha dos candidatos.
Neste quesito, 42,33% dos entrevistados disseram ser indiferentes ao espectro ideológico do candidato na hora de votar, enquanto 31,67% disseram que a ideologia não tem relação com a escolha dos candidatos.
Para 26% dos eleitores de Campo Grande, a ideologia ou o alinhamento do candidato a um dos espectros políticos importa na hora de tomar a decisão.
O diretor do IPR, Aruaque Fresato Barbosa, disse que algumas respostas, embora não preponderantes, podem dizer muito sobre a eleição que está para ocorrer no próximo ano.
Para ele, os candidatos devem levar em consideração que mais de um quarto do eleitorado definir o candidato pela forma com que ele se posiciona.
“Este público, conforme o que o candidato diz ou não diz, pode desclassificar o postulante a um mandato”, analisou.
Aruaque Barbosa ainda ressalta que o público indiferente é distinto do público que não se importa com ideologia.
Parte deste universo de 42,33% do eleitorado pode ser influenciada em algum momento por posições político-ideológicas no momento de tomar sua decisão.
Sobre as opções por esquerda ou direita, a pesquisa, segundo Aruaque, mostra que a direita está mais organizada em Campo Grande.
“Neste público, o direcionamento ideológico está mais claro”, afirmou.
O que vem à cabeça?
O IPR também perguntou as palavras primeiras que prima à cabeça do eleitor sempre que se fala em direita, esquerda e centro. No que diz respeito à direita, 44% não sabemam responder.
Para 8,67%, a palavra que mais representa a direita é genocídio, seguida de conservadorismo (4,33%), corrupção (2%), honestidade (2%), certo (1,67%), correto (1, 67%), bagunça (1,33%), Bolsonaro (1,33%), massacre do povo (1,33%), ordem (1,33%) e péssimo (1,33%).
Outras respostas somaram 29%.
A mesma pergunta neste conceito de “top of mind” foi feita sobre a esquerda.
Um total de 55,67% não soube responder, e a palavra mais associada à esquerda foi corrupção (5,67%), seguida de igualdade social (3,33%), igualitária (3%), ineficaz (3%), comunismo (2%), bagunça (1,67%), antidemocrática (1,33%), crescimento (1,33%), descrença (1,33%), luta (1,33%) e povo (1,33 %).
Um total de 18% deu outras respostas.
Sobre o espectro político de centro, 68,33% não souberam responder, enquanto 5,33% responderam “indefinido”, e 4,67%, neutro.
Outros 3% pensam em oportunismo quando se fala do centro, e 3% considera um grupo sem posicionamento.
Interesseiro (1,67%), corrupção (1%), indiferente (1%), péssimo e sem comprometimento (1%) complementaram as respostas.
As respostas que não pontuaram representam 10%.
A pesquisa foi realizada nos dias 1º e 2 deste mês, e 300 pessoas foram entrevistadas no levantamento.
A margem de erro é de 5,7% para mais ou para menos, e o índice de confiança (probabilidade de o resultado representar a realidade) é de 95%.
CORREIO DO ESTADO