Maioria da bancada defende liberação da compra de vacinas

08/04/2021 10h40 - Atualizado há 3 anos

Dos oito deputados de MS, seis querem autorizar aquisição de imunizantes por empresas privadas

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Divulgação

Eduardo Miranda

A maioria dos deputados federais de Mato Grosso do Sul é favorável ao projeto de lei aprovado nesta semana pela Câmara dos Deputados, que libera a compra de vacinas contra um Covid-19 pela iniciativa privada antes mesmo do Ministério da Saúde garantir como doses para os grupos prioritários do Sistema Único de Saúde (SUS).

A medida abriu polêmica porque os favoráveis ​​alegam que a liberação de compras por empresas privadas pode aumentar a oferta de imunizantes e destravar a economia rapidamente, enquanto os contrários acreditam que o Ministério da Saúde pode estar criando um “clube VIP” de vacinados que serão atendidos antes dos 77 milhões de brasileiros que integram os grupos prioritários.

O projeto ainda libera como empresas para poder contratar adaptados de saúde que permitem a autorização para importar e dispensar como vacinas, hospitais, laboratórios ou farmácias, para intermediar a compra de imunizantes.

Como contrapartida à aquisição, como empresas continuando a alternativa de doar doses integralmente ao SUS para uso no Programa Nacional de Imunizações (PNI), como na lei em vigor. Porém, elas têm a opção de vacinar gratuitamente funcionários, cooperados, sócios, prestadores de serviço e terceirizados.

Ao aceitar que cooperados de pessoas jurídicas sejam vacinados, por exemplo, o projeto permite, por exemplo, que clientes de planos de saúde que sejam imunizados antes que o Ministério da Saúde garanta todas as doses para os seus grupos prioritários.

O projeto ainda esbarra em outro problema de mercado e logística: os grandes laboratórios têm negociado somente com governos, e não com empresas privadas, por uma questão de escala. Os governos compram muito mais doses.

Um grupo de empresários liderado por Carlos Wizard, por exemplo, já teria negociado com laboratórios internacionais a compra de imunizantes. A aquisição seria feita em nome do Ministério da Saúde, disse o sucesso ao site da revista Veja.

O projeto pode atender às federações de setores econômicos, grandes empresas e planos de saúde. Apesar de acatar a compra de vacinas liberadas pela OMS, mas não pela Anvisa, a medida não permite que o poder público compre imunizantes não certificados pela agência de regulação, como alguns estados do Nordeste, que têm interesse em adquirir a russa Sputnik V.  

POSICIONAMENTO

O governista Luiz Ovando (PSL) tem justificativa semelhante à de Fábio Trad. “Tendo em vista que é uma opção a ser realizada pelo setor privado, haverá benefício ao setor público com a redução da pressão no SUS”, argumenta.

Ovando ainda complementa: “Há regra para que não haja concorrência com o setor público, já que as aquisições feitas pelas empresas com os laboratórios só podem ser pactuadas após o cumprimento integral dos contratos e entrega das vacinas ao Ministério da Saúde”.

Vander Loubet (PT), que acompanhou a orientação de seu partido e votou contra, justifica: “Entendemos que será gerada uma situação de desigualdade, sobretudo pelo risco de vermos como empresas vacinando seus públicos de interesse enquanto os grupos prioritários não terminaram de receber suas doses. É o que estamos chamando de 'fura-fila' ”.

Dagoberto Nogueira (PDT), que também é contra a proposta aprovada pela Câmara e que agora segue para o Senado, teme que continuar faltando vacina para o SUS, enquanto alguns grupos tornam-se beneficiários. “Está faltando vacina no mundo todo, se liberar para as empresas, com certeza, o governo terá dificuldades de adquirir para o SUS. No momento da pandemia, ampliar mercado não significa ampliar produção ”.

Entre os favoráveis ​​ao projeto de lei também estão os três deputados do PSDB: Rose Modesto, Beto Pereira e Bia Cavassa, além de Loester Trutis, do PSL. 

CORREIO DO ESTADO