Lula classifica como “absurdo” e “irresponsabilidade” falta de recursos para pesquisa
Declaração foi dada durante evento em comemoração aos 51 anos da Embrapa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu, nesta quinta-feira (25), ampliar os investimentos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária.
“A Embrapa virou a mãe da tecnologia brasileira. Ela serve de modelo para muitos países do mundo”, afirmou.
A declaração foi dada durante evento em comemoração aos 51 anos da companhia. Lula disse ser um “absurdo” e “irresponsabilidade” pesquisas deixarem de ser feitas por falta de recursos.
“Precisamos lembrar que cada centavo aplicado na Embrapa volta para esse país em dólar exportado de soja e milho”, completou.
Nesse contexto, em tom de brincadeira, Lula chamou a atenção de dois ministros que haviam discursado pouco antes.
“O Haddad veio aqui, falou bonito, mas não falou de dinheiro. Aí eu falei: ele tratou com o meu ministro da Agricultura. O [Carlos] Fávaro é que vai falar de dinheiro. O Fávaro veio aqui, falou, falou, falou, puxou o saco dos funcionários, e também não falou de dinheiro”, reclamou Lula.
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, explicou que a empresa mantém cerca de mil projetos de pesquisa, que custam aproximadamente R$ 500 milhões ao ano.
“A gente precisa de dois terços disso. Hoje a gente tem um terço que vem do Executivo”, disse.
África
Durante o evento, o presidente também criticou o fato de a Embrapa não ter recebido a visita de nenhum presidente da República nos últimos 14 anos — o último havia sido o próprio Lula, em 2010. E acrescentou que estuda reabrir escritório da Embrapa na África, a fim de colaborar para o desenvolvimento agrário do continente.
“A gente tem que incluir a Embrapa nas minhas viagens internacionais para que a gente possa divulgar o centro de excelência que a gente tem nesse país, e que muitas vezes não consegue fazer uma pesquisa porque falta R$ 30 milhão, porque falta 15 milhão, porque faltam 10 milhão”, finalizou.
Leonardo Ribbeiro e Izaias Godinho da CNN