Indígena Serere Xavante recebeu mais de R$ 85 mil para incitar atos extremistas, diz Câmara Legislativa
Em depoimento à CPI do DF, Serere havia negado financiamento para incitar atos contra o resultado das eleições de 2022
O indígena José Acácio Serere Xavante recebeu mais de R$ 85 mil entre o fim do ano passado e o começo deste ano para incitar atos extremistas em Brasília, aponta apuração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A informação foi obtida com a quebra de sigilo bancário de Xavante.
Presidente da CPI, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) informou que pelo menos R$ 17 mil foram transferidos pelo fazendeiro Maurides Parreira Pimenta, conhecido como Didi Pimenta, de Campinápolis (MT). O produtor rural chegou a postar um vídeo nas redes sociais pedindo doações que seriam enviadas ao indígena. Em depoimento ao colegiado em agosto, Xavante negou que conhecia Didi ou que teria recebido dinheiro do fazendeiro.
Segundo Chico Vigilante, o valor teria sido usado para contratar ônibus, carros de som e ajudar na manutenção do acampamento em frente ao quartel-general do Exército. "Tanto que eu não tenho dúvida de que ele será indiciado e que terá muito o que explicar para a Justiça brasileira. Tem muita gente que doou, doações de R$ 5.000, de valores menores ou maiores. Ou seja, [os atos extremistas] não foram um movimento espontâneo. Teve um financiamento direto para que ele mantivesse aquele grupo de indígenas aqui no DF", afirmou.
O indígena está preso desde dezembro por suspeita de condutas ilegais nos atos extremistas do 8 de Janeiro. Ele prestou depoimento à CPI, com liberação do Supremo Tribunal Federal (STF), em 31 de agosto. Na ocasião, declarou que até o "Ministério das Forças Armadas" acreditava que a urna eletrônica seria "fácil de ser hackeada".
Apresentação do relatório final
O relatório final da CPI será lido no próximo dia 29 pela manhã. O documento deve ser apresentado pelo relator, deputado Hermeto (MDB), por cerca de 4h. No período da tarde, os parlamentares devem votar o texto, que precisa de pelo menos quatro votos para ser aprovado.
Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília