Grupo de senadores quer barrar propostas ’conservadoras’ da Câmara
Um grupo de senadores criou nesta semana um movimento para barrar projetos conservadores aprovados pela Câmara dos Deputados. Em meio às desavenças entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores decidiram se unir para alterar ou derrubar as propostas quando foram analisadas no Senado.
Chamado de frente parlamentar suprapartidária, o movimento mira projetos como a regulamentação da terceirização, a redução da maioridade penal e os estatutos da família e do desarmamento. O grupo critica a condução de Cunha na presidência da Câmara por considerar que as propostas estão avançando por pressão e iniciativa conservadora do peemedebista.
O Senado pode ser um contrapeso a essa agenda agressiva imposta pelo presidente da Câmara. É um movimento que vai crescer e que não tem nada a ver com essa disputa entre os presidentes Eduardo Cunha e Renan, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Em nota conjunta divulgada pela frente, os senadores afirmam que a Câmara está impondo uma regressão em diversas conquistas da sociedade brasileira.
Quatorze parlamentares participaram da primeira reunião da frente, mas o grupo diz ter o apoio de pelo menos 30 dos 81 senadores. O grupo vai manter conversas com outros senadores para aumentar a adesão ao movimento, que tem como foco o presidente da Câmara.
Com exceção da terceirização, que já está no Senado, os demais projetos estão em discussão na Câmara e prometem ser aprovados de forma célere pelos deputados seguindo, depois, para análise dos senadores.
Apesar da maioria do grupo ser de senadores independentes, a frente vai procurar apoio inclusive dentro do PMDB, partido de Cunha e Renan, assim como na oposição. O Senado, por ter um número menor de parlamentares e uma formação com senadores mais experientes, tem clara a necessidade de interação desse debate com a sociedade, disse a senadora Lídice da Mata (PSB-BA).
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