Governo vai recriar duas secretarias para acomodar aliados
Secretarias da Casa Civil e da Cultura e Cidadania devem retornar; projeto está na Assembleia
Flávio Veras
O governo de Mato Grosso do Sul pode recriar como secretarias da Casa Civil e da Cultura e Cidadania, que sido sido extintas pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). De acordo com conversas de bastidores, o objetivo do governo tucano é dar mais um passo para aglutinar aliados na pavimentação de uma candidatura forte do secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), para 2022.
“As peças no tabuleiro” já recebido sido movimentado na Câmara Municipal, com a saída já certa do vereador João César Mattogrosso
(PSDB), que assumirá a carga de secretário especial do Estado do Governo de Mato Grosso do Sul, após a saída de Carlos Alberto de Assis do posto para assumir a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agepan).
Nessa articulação no Legislativo, o beneficiado será um recente aliado do governador, o ex-vereador Ademir Santana (PSDB), primeiro-suplente da legenda na Casa de Leis.
Santana foi reprovado no último pleito municipal, após virar réu por extorsão armada na Justiça com os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, presos por serem acusados de chefiar uma quadrilha que se beneficiava do “jogo do bicho” no Estado, além de serem os mentores de um grupo de extermínio em Campo Grande.
Agora, conversas de bastidores apontam que a intenção dos caciques tucanos é de movimentar peças na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems).
Nesse bojo, quem deve assumir a titularidade da Casa Civil é um parlamentar, assim fechando o entorno de aliados nas duas Casas mais importantes do Estado. O nome, porém, não foi revelado por uma fonte ouvida pelo Correio do Estado.
No entanto, a conjuntura aponta os partidos que podem ser aliados do PSDB nas próximas vantagens, como o Democratas, do deputado estadual Barbosinha, e o Patriotas, também parlamentar Lídio Lopes, marido da vice-prefeita de Campo Grande, Adriana Lopes.
Prefeitura
Na prefeitura da Capital ocorreram mudanças com a ida de Claudinho Serra (PSDB) para a Fundação Municipal de Esportes (Funesp). Já o antigo titular da autarquia Rodrigo Terra foi realocado na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedesc), substituindo Herbert Assunção.
Com isso, além do Legislativo, o governo tucano quer composição articular em todas as esferas do Poder do Estado. Contudo, faltando pouco mais de um ano para avaliar, esse jogo poderia eliminar possíveis adversários no início das articulações.
Um deles poderia ser o prefeito da Capital, Marcos Trad (PSD), que no início do ano deu sinais de que estaria disposto a romper com Azambuja Cifrão 2022, mas as últimas composições nos principais municípios de Mato Grosso do Sul apontam para um apoio do de Trad à eleição de um tucano para o governo estadual.
Projeto
Apesar dessas articulações que visam pavimentar o caminho para a eleição de Riedel, ao encaminhar o projeto de mudança na estrutura administrativa do Estado, o governo justificou o fato dizendo que “o objetivo é aprimorar as políticas públicas estaduais e possibilitar uma melhor articulação política nos âmbitos federal, estadual e municipal ”.
Sobre a Casa Civil, o governo Azambuja afirmou também que a medida traz o órgão para a estrutura do Poder Executivo.
“A principal é possibilitar uma melhor distribuição das competências e das atribuições da atual Secretaria de Governo e Gestão Estratégica. Isso possibilitará o estreitamento das articulações políticas entre o governo [estadual], o Legislativo federal e estadual, os municípios e o governo federal ”, diz o texto da lei.
Já sobre a recriação da Secretaria de Cultura e Cidadania, o texto afirma que o objetivo é “o aprimoramento das políticas públicas voltadas à cultura, aos idosos, à juventude, aos deficientes, às mulheres, aos indígenas e aos assuntos jurídicos”.
CORREIO DO ESTADO