Governo do Estado vai ao Supremo para vacinar toda a população até julho

09/02/2021 09h08 - Atualizado há 3 anos

Intenção de Mato Grosso do Sul é conseguir comprar cerca de 1 milhão de doses do imunizante russo Sputnik V

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Álvaro Rezende/Correio do Estado

Ana Karla Flores, Thais Libni

Possível compra do imunizante russo Sputnik V pelo governo de Mato Grosso do Sul pode acelerar plano de vacinação contra a Covid-19 e ter toda a população de MS imunizada até julho de 2020.

Para isso, o Estado apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição para compra da vacina e pretende adquirir de 500 mil a 1 milhão de doses.

Pensando na insuficiência das doses disponibilizadas pelo governo federal, que adquiriu a vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e a vacina da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a farmacêutica Astrazeneca e a Universidade de Oxford, o Estado tomou a iniciativa de negociar as doses com outras sete unidades da federação.

De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, Mato Grosso do Sul possui R$ 100 milhões para a compra de imunizantes e só precisa da aprovação do STF.

“Vamos nos informar do valor e da quantidade que eles podem nos fornecer, 500 mil doses, 1 milhão, e vamos fazer nosso melhor caso a negociação seja autorizada”, garante.

Resende explica que a compra das vacinas pode acelerar o plano de vacinação estadual, já que, se contar apenas com as doses do Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, o previsto é que a campanha seja concluída só no segundo semestre de 2022.

“Se continuarmos apenas com as doses recebidas pelo governo federal, vamos conseguir imunizar toda a nossa população só daqui um ano, mas, se conseguirmos fazer essa negociação, poderemos acelerar o plano e ter todos imunizados até julho deste ano, ou até em menos tempo, junho, abril”, espera.

O secretário detalha que com os novos imunizantes será possível iniciar em pouco tempo a vacinação de novos grupos prioritários, como profissionais da educação, funcionários públicos, ribeirinhos, quilombolas, pessoas com comorbidades, entre outros.

“Teremos mais vidas preservadas se conseguirmos comprar a Sputnik V, já estamos mostrando nossa eficiência na vacinação e na distribuição das doses para todos os municípios, sempre estamos entre os estados destaque na imunização da população. Devemos imunizar para controlar os óbitos e para não corrermos riscos com a nova variante, com cepas do vírus que se apresentam mais fortes”, conclui Resende.

Os governos da Bahia, do Piauí, do Espírito Santo, da Paraíba, de Sergipe, do Maranhão e de Pernambuco já apresentaram petições para a aquisição da vacina.

“Se qualquer estado desses que estão envolvidos com a ação conseguirem comprar a vacina, claro que vamos comprar também. Aguardamos o governo federal e a aprovação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], mas já estudamos meios de acelerar nossa imunização”, explica Resende.

O imunizante, que já foi aprovado para uso emergencial da população em nações como Rússia, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, Bolívia, Bielorrússia, Sérvia, Argélia, Hungria, Argentina e Paraguai, ainda não obteve o aval da Anvisa.

Em sua solicitação, o Estado defende que a demanda é essencial para suas estratégias no confronto da pandemia da Covid-19. O caso está nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski.

VACINAÇÃO EM MS

Mato Grosso do Sul recebeu mais 32 mil doses de vacina contra a Covid-19 no domingo, foi o quarto lote recebido. Ao todo, o Estado recebeu 222.960 doses dos imunizantes Coronavac e Astrazeneca.

O novo lote chegou em um voo comercial e já foi encaminhado para a Secretaria Estadual de Saúde (SES), sob escolta da Polícia Federal, onde ficou armazenado e começou ontem a ser distribuído aos municípios.

Do total, 10.200 doses serão enviadas aos municípios para a segunda aplicação nas pessoas com mais de 80 anos que receberam a vacina Coronavac. O quantitativo restante será para profissionais de saúde e idosos acima de 80 anos que ainda não receberam nenhuma dose.

A primeira remessa foi entregue a Mato Grosso do Sul em 18 de janeiro, com 158.760 doses da Coronavac. Destas, 23.932 foram destinadas apenas para Campo Grande.

A segunda remessa foi no dia 24 do mesmo mês, quando 22 mil doses da vacina de Oxford chegaram ao Estado, 9.340 apenas para a Capital. A terceira remessa, com 10.200 doses da Coronavac, chegou no dia seguinte. Do total, Campo Grande recebeu 3.600 doses do imunizante chinês.

De acordo com o Vacinômetro da Covid-19, desenvolvido pela SES, a população a ser imunizada na primeira fase é de 176.721 pessoas, entre idosos institucionalizados, idosos com 80 anos ou mais, profissionais de saúde e indígenas aldeados.

A meta é vacinar 90% do grupo, e o porcentual de vacinados aponta que 48,22% já foram imunizados. Em relação à população geral de Mato Grosso do Sul, o porcentual de pessoas imunizadas é de 2,73%.

Dados apresentados pelo governo do Estado no início da vacinação apontavam que o primeiro grupo prioritário era formado por 219.215 pessoas.

Com a chegada de mais imunizantes, foi aberta vacinação também para os 175.511 idosos acima de 80 anos, dos quais 4.649 já foram vacinados, o que representa 10,13%.

Dos lotes que já chegaram, há vacina suficiente para imunizar 133.380 pessoas, por conta do primeiro lote, recebido em janeiro, do qual foram encaminhadas 158 mil doses e a outra metade foi reservada para a segunda aplicação.

Além disso, no último lote 10.200 doses foram reservadas para a segunda dose em idosos. 

CORREIO DO ESTADO