Deputados da base aliada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram nesta terça-feira (5) o movimento da oposição para obstruir os trabalhos parlamentares.

Para governistas, o caso é “grave” e representa um “sequestro” das atividades legislativas. O grupo defendeu a punição dos responsáveis por impedir o andamento dos trabalhos na Casa.

Em protesto à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), senadores e deputados ocuparam no início da tarde os plenários das Casas Legislativas. A oposição pede que sejam pautados o projeto de anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e o processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

“A palavra para definir o que houve aqui foi um sequestro da Mesa do Parlamento. Foi um atentado grave [...] É um ataque violento ao Parlamento. Todas as instituições estão sendo ameaçadas nesse momento”, afirmou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), em entrevista coletiva.

O líder petista afirmou ter conversado com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre o assunto. Ele disse aguardar o retorno de Hugo para que seja restabelecido o controle das atividades na Casa.

"Quando [Hugo] falou comigo demonstrou grande contrariedade. O termo que ele usou foi 'sequestro'. Aqui estão desafiando os poderes constituídos no país", disse o líder do PT.

Governistas também anunciaram que devem apresentar representações no Conselho de Ética contra os deputados da oposição que estão impedindo a abertura da sessão do plenário.

“Isso é inaceitável. Isso viola a Constituição e viola o regimento da Casa. Precisa ter punição”, afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) destacou que a obstrução é um instrumento legítimo, mas só pode ser aplicado durante sessões que estão em andamento.

"[A obstrução] está ferindo o Regimento, portanto, ferindo a Constituição e eles precisam ser responsabilizados. Estamos aqui para anunciar que cada um deles vai ser alvo de processo no conselho de ética pelo que estão fazendo hoje. Já tentamos abrir a sessão mais de uma vez e eles estão impedindo", afirmou.

Emilly Behnke, da CNN, Brasília