General vê risco de facções criminosas financiarem eleição

05/08/2017 00h00 - Atualizado há 4 anos

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, afirmou ontem estar preocupado com a possibilidade de facções criminosas aproveitarem o fim do financiamento empresarial de campanhas para eleger representantes nas eleições de 2018. Na avaliação do ministro, o Brasil corre o risco de ver sua democracia refletir a atuação do crime organizado.

A declaração foi dada na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, na Urca, zona sul do Rio. Com o fim do financiamento privado (de empresas) de campanha, você só tem três financiamentos hoje: o estatal, o crime organizado e as igrejas - existem igrejas e igrejas. São só esses três que têm dinheiro fácil para distribuir, afirmou Etchegoyen. O crime organizado tem capacidade financeira para colocar na campanha, com objetivo de eleger representantes, disse o ministro.

Mexicanizar

Etchegoyen ainda citou casos de países que enfrentam problemas com narcotraficantes, como México e Colômbia. Quando eu falo em eleição de 2018, o que nós estamos colocando em jogo é o modelo que nós escolhemos, o modelo de democracia que nós escolhemos. Ou nós vamos mexicanizar, colombianizar, ou o que for, ou nós vamos enfrentar o problema comum que eles têm, afirmou o ministro.

Para ele, ou o nosso voto vai refletir a vontade soberana de uma sociedade saudável, ou ele vai refletir a atuação do crime organizado. É disso que nós estamos tratando, disse Etchegoyen. Segundo o ministro, as ações do GSI com as forças de segurança que estão atuando no Rio também visam a evitar a ação de facções nas eleições. O GSI se ocupa das ameaças à segurança institucional. Me parece que nós temos uma clara aí. (Agência Brasil)

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Imagem © Antonio Cruz/Agência Brasil