General Estevam Theophilo diz à PF que se reuniu com Bolsonaro a pedido de ex-comandante do Exército

01/03/2024 04h22 - Atualizado há 2 mêses

Polícia Federal aponta que, nesse encontro, no Palácio da Alvorada, teria sido discutido um plano de golpe de Estado

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Ex-presidente Jair Bolsonaro

28/01/2022 - Reuters/Adriano Machado

O general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira afirmou em depoimento à Polícia Federal (PF) que se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 9 de dezembro de 2022, a pedido do ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes.

A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela CNN.

A PF aponta que, nesse encontro, no Palácio da Alvorada, teria sido discutido um plano de golpe de Estado.

O general, na época à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter), seria o responsável por acionar militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, para garantir a concretização do golpe, caso isso fosse decidido.

Na sexta-feira (23), Theóphilo prestou depoimento por cerca de cinco horas à PF, em Fortaleza (CE).

O militar foi o último a ser ouvido pela autoridade policial na investigação que apura tentativa de golpe de Estado e atentado contra o Estado Democrático de Direito.

Conforme revelou a CNN, ao contrário de outros militares que ficaram em silêncio nas oitivas, fontes ligadas à investigação disseram que o oficial respondeu o que lhe foi perguntado e esclareceu “alguns pontos” da apuração da PF.

De acordo com as investigações, Theophilo integrava o núcleo de oficiais de alta patente que tramavam para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Poder.

O ex-presidente nega que tenha tramado um golpe de Estado. Ele ficou calado durante depoimento à PF, alegando não ter tido acesso aos autos.

A CNN tenta contato com Theophilo Gaspar, mas ainda não obteve retorno. Também não localizou a defesa do general Freire Gomes. O espaço segue aberto para as manifestações.

O Exército tem dito que vai aguardar o fim das investigações para individualizar os casos e avaliar como proceder.

Gabriela Prado da CNN