Gaeco cumpre decisão da Justiça e afasta Gilmar Olarte do cargo
A Justiça determinou o afastamento do prefeito Gilmar Olarte (PP) do cargo. A medida, um dos desdobramentos da operação Coffee Break, deflagrada hoje pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), foi formalizada na Procuradoria-Geral do Município.
“Foi entregue o pedido de afastamento, foi vistado pelo procurador”, afirmou o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira ao deixar o local na manhã desta terça-feira. O Gaeco é um braço do MPE (Ministério Público Estadual). O afastamento foi comunicado ao procurador-geral do Município, Fábio Castro Leandro.
Nove vereadores, um ex-vereador e três empresários foram detidos hoje na operação. De acordo com o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, a ação investiga crimes de corrupção passiva e ativa, além da compra de votos na Câmara Municipal.
Ainda conforme o promotor, é um desdobramento da operação Lama Asfáltica. “A prova compartilhada junto com a investigação do Gaeco permitiu a operação”, diz. Conforme Marcos Alex, mais informações só serão repassadas após às 9h. Segundo ele, foram conduções coercitivas, ou seja, a pessoa é obrigada a ir prestar depoimento.
Gravações da Lama Asfáltica sinalizam a interferência do empresário João Amorim, dono da Proteco Construções Ltda e apontado como líder do esquema, na votação em que os vereadores cassaram o então prefeito Alcides Bernal (PP). A senha para pagamento de propina pelo grupo era tomar um café.
Realizada pela PF (Polícia Federal) em 9 de julho, a operação Lama Asfáltica investigou esquema de fraudes com empreiteiras, servidores e parte da cúpula ex-gestão estadual.
Mandato – Empresário e pastor, Gilmar Antunes Olarte assumiu o comando da Prefeitura de Campo Grande no dia 13 de março do ano passado, após a cassação do mandato de Alcides Peralta Bernal (PP).
Antes de assumir a prefeitura, ele já tinha exercido o mandato de vereador da Capital. Logo após a assumir o cargo, em 11 de abril do ano passado, Olarte chegou a ser alvo de operação do Gaeco, que cumpriu mandado de busca e apreensão na sua casa no dia 11 de abril do ano passado.
O resultado da investigação culminou com a denúncia ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul contra o prefeito por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na semana passada, a Seção Criminal acatou o pedido de denúncia e Olarte se tornou réu pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Ele recorreu ao Superior Tribunal de Justiça contra a decisão, mas, ontem, o ministro Ericson Maranho, negou o pedido de habeas corpus e o julgamento contra o prefeito terá prosseguimento no TJMS.
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