G1 - Pilotos de Campos fizeram trajeto de descida diferente do previsto, diz FAB - notícias em Política

26/01/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

Renan Ramalho

Do G1, em Brasília

A coleta dos dados sobre o acidente aéreo que matou o ex-candidato à Presidência da República Eduardo Campos em agosto do ano passado mostrou que os pilotos realizaram um trajeto diferente do oficialmente previsto para realizar o pouso, informaram durante apresentação realizada nesta segunda-feira (26), em Brasília, oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Tanto na descida inicial para a pista da Base Aérea de Santos, quanto na arremetida (quando o avião sobe de volta no momento em que não consegue aterrissar na primeira vez), os radares captaram um percurso diferente do recomendado no mapa. Durante esse trajeto, a tripulação também não informou precisamente os locais por onde passava nos momentos em que isso é exigido.

Segundo o tenente-coronel Raul de Souza, o piloto fez trajeto diferente do previsto na carta. A gente não pode concluir que ele tenha feito um atalho. Ele fez um procedimento diferente do que estava previsto, afirmou (veja na imagem acima).

A comparação entre o trajeto recomendado e o efetivamente realizado pela aeronave mostra que os pilotos “encurtaram” o pouso. Em vez de fazer um caminho dando uma volta no formato de um 8, eles tomaram uma rota manobrando à direita para descer o jato.

“O comum é seguir [a rota]. Está previsto em regulamento”, declarou  o chefe da Cenipa, Dilton José Schuck.

Os responsáveis pela análise, porém, disseram que ainda não é possível concluir se esse fator contribuiu para o acidente nem se houve erro dos pilotos.

Essa avaliação ainda será feita pelos técnicos da Cenipa, que não têm como atribuição apontar causas do acidente, mas fazer recomendações para evitar novas ocorrências e situações de risco.

No último dia 16, o jornal O Estado de S. Paulo afirmou que o acidente teria sido motivado por uma sequência de erros do piloto. A gente não pode afirmar que houve falha humana ainda, afirmou o tenente-coronel Raul de Souza.