Freire Gomes à PF: Bolsonaro convocou reuniões com chefes das Forças Armadas para anular eleição

18/03/2024 04h51 - Atualizado há 1 mês

Foram apresentados nas ocasiões documentos para a decretação de Estado de Sítio, Operação de Garantia da Lei e da Ordem e Decretação do Estado de Defesa

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(crédito: Alan Santos/PR)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou reuniões com chefes das Forças Armadas para anular a eleição de 2022, de acordo com o depoimento à Polícia Federal do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército.

O conteúdo do depoimento foi veiculado em primeira mão pela CNN.

Em sua oitiva, Freire Gomes contou que foi convocado por Bolsonaro, por meio do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para comparecer no dia 7 de dezembro de 2022 para uma reunião no Palácio da Alvorada.

Na ocasião, foi apresentada a Freire Gomes a minuta golpista em que era decretado Estado de Sítio e a Operação de Garantia da Lei e da Ordem. Posteriormente, o documento foi apreendido com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Estavam presentes no encontro Paulo Sérgio, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, e o próprio Bolsonaro.

Martins foi o responsável por realizar a leitura do que seriam os “fundamentos jurídicos” da minuta golpista.

Bolsonaro informou que o documento estava em estudo e que depois reportaria a evolução do caso aos comandantes militares.

Leia aqui a íntegra da minuta golpista.

Outro encontro

Em outra reunião, também no Palácio da Alvorada, Bolsonaro apresentou uma versão do documento com a Decretação do Estado de Defesa e a criação da Comissão de Regularidade Eleitoral para “apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral”, que seria uma versão mais resumida do primeiro documento.

Estavam presentes agora os comandantes das três forças: o tenente-brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, da Aeronáutica; almirante Garnier, da Marinha, e o próprio Freire Gomes, do Exército; além do ministro Paulo Sérgio.

Baptista Jr. e Freire Gomes afirmaram de forma contundente suas posições contrárias ao conteúdo exposto e que não teria suporte jurídico para tomar qualquer atitude.

Entretanto, o general acredita que, pelo o que recorda, o almirante Garnier teria se colocado à disposição de Bolsonaro.

*Texto publicado e organizado por Douglas Porto, da CNN

Jussara Soares e Gabriela Prado da CNN*