Fator “grupo” pesou na escolha de Barbosinha como vice de Riedel
Barbosinha soube que seria vice de Riedel faltando uma hora para a convenção; proximidade com tucanos pesou na escolha
A escolha do deputado estadual José Carlos Barbosa, Barbosinha (PP), como vice da candidatura de Eduardo Riedel (PSDB) ao governo do Estado foi definida na hora anterior à convenção tucana, e os fatores que pesaram na decisão do partido estão ligados ao fato de Barbosinha integrar o grupo de Riedel e de Reinaldo Azambuja (PSDB) há oito anos.
Barbosinha chegou a ser listado como candidato à reeleição na convenção do PP, que ocorreu uma hora antes da convenção tucana, enquanto outro representante da região de Dourados, o bispo Marcos Vitor (Republicanos), era o mais cotado para ser vice de Eduardo Riedel na noite anterior.
Na hora H, as lideranças tucanas optaram por um político de Dourados que está há mais tempo no círculo de relacionamento, como Barbosinha, que atualmente é o líder do governo na Assembleia Legislativa.
A aliança com o Republicanos foi mantida, e o PSDB teria feito um novo acordo com o grupo ligado a Marcos Vitor, que nas eleições de 2018 foi vice de Odilon Oliveira.
Além de Vitor, também estavam cotados outros dois nomes do Republicanos: Bruna do Terra, que acabou sendo lançada a deputada estadual e só não foi vice por não ter a idade mínima necessária para o cargo, e Sayuri Baez.
A ligação que mudou tudo
O deputado estadual José Carlos Barbosa, o Barbosinha (PP), comentou o bastidor da escolha de seu nome para ser vice de Eduardo Riedel (PSDB) na disputa pelo governo do Estado. Ele amanheceu naquela sexta-feira (5) com a certeza de sua candidatura à reeleição.
No entanto, um telefonema foi o primeiro passo para a mudança do rumo de sua missão política. Ele foi chamado para uma reunião com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e com Riedel.
“Foi uma conversa rápida”, comentou Barbosinha. Só foi o tempo de Azambuja convidá-lo para ser vice de Riedel e de sua resposta. “Eu disse sim”, respondendo ao pedido para compor a chapa de Riedel.
Ele admitiu ter sido surpreendido com a proposta, porque nunca imaginaria que, ao sair de casa para ir à convenção do PP e depois do PSDB, uma mudança de caminho estava sendo preparada para a sua jornada eleitoral.
“A escolha do meu nome aconteceu poucas horas antes da convenção”, afirmou Barbosinha. Por essa ele não esperava, porque na noite de quinta-feira (4) o Republicanos aprovou, em convenção, a indicação do bispo Marcos Vitor, da Igreja Sara Nossa Terra, para ocupar a vaga de vice na aliança com o PSDB.
Para Barbosinha, a chapa de Riedel já estava completa, não havia mais nada a se discutir. E ele não esperava ser chamado para ser vice horas antes da convenção do PP, seu partido, e do PSDB.
DEMORA PARA DEFINIÇÃO
Os caciques do PSDB demoraram para escolher um vice por falta de consenso. Vários nomes foram colocados para avaliação. Um deles era o da deputada estadual Mara Caseiro (PSDB). Era uma forma de abrir espaço para a mulher.
Porém, não houve entendimento. Depois, o partido discutiu a indicação do deputado estadual Marçal Filho (PSDB) para compor a chapa, por representar o segundo maior colégio do Estado, a Grande Dourados.
Outros nomes foram submetidos à avaliação dos caciques tucanos. E na véspera da convenção foi apresentado o nome do bispo Marcos Vitor (Republicanos), também da Grande Dourados, além de Bruna do Terra e de Sayuri.
O seu nome chegou a ser aprovado para ser o parceiro de chapa de Riedel. O que se viu foi o bispo ter ido dormir vice e acordado fora da chapa, sem muita explicação. Os tucanos foram atrás de Barbosinha, também da Grande Dourados.
Quando os tucanos e seus aliados buscavam um vice para Riedel, Barbosinha estava percorrendo o Estado atrás de apoio para a sua reeleição. Ele disse que até imaginou ser vice quando se cogitava alguém de Dourados.
“Eu tinha essa intuição”, afirmou. Porém, como ninguém falava de seu nome e até nas constantes conversas com Azambuja não havia sinal de convite, o parlamentar procurou cuidar de sua reeleição. E tudo mudou no dia da convenção. “Por esta não esperava”, enfatizou.
CORREIO DO ESTADO