Extremista de Campo Grande preso por depredar prédios da Praça dos Poderes já tinha ficha criminal
Joci Conegones Pereira foi sentenciado por invadir imóvel particular e processado por andar armado
Um dos 32 capturados no dia 8 de janeiro que moram ou vivem em Mato Grosso o Sul, no ato promovido pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, inconformados com a vitória de Lula e que agiram na depredação de parte dos prédios situados na Praça dos Três Poderes, em Brasília, acumula ficha criminal, incluindo uma condenação, em Campo Grande.
Trata-se de Joci Conegones Pereira, que seria morador do bairro Aero Rancho, de 52 anos de idade. Ele foi detido no dia 8 de janeiro e teve a prisão preventiva decretada semana passada (sem data definida para acabar) pelo STF.
Conegones, conforme informou o colunista do UOL, Rogério Gentile, foi condenado em decisão já transitada em julgado, sem chances de recurso, por ter invadido uma área particular, em Campo Grande. Ainda de acordo com o site, ele responde processo por porte ilegal de arma.
No publicado pelo UOL, é dito que Conegones invadiu um terreno no Parque das Laranjeiras. Uma empresa comprou a área e as famílias que lá ocupavam foi embora. Ocorre que Conegones retornou ao local e disse que vivia ali já há tempo e queria dinheiro para sair.
Lá, montou um barraco e alegou que, por regra, o chamado usucapião, termo usado pela posse prolongada e sem interrupção, a área seria dele, Conegones.
Conforme noticiado pelo UOL, na condenação de Joci, é citado que o juiz Marcel Batista de Arruda afirmou que as testemunhas foram unânimes em declarar que, embora tenha de fato morado por um tempo no local, ele havia se mudado muitos anos antes de a empresa ter adquirido o terreno.
Na sentença, anunciada em setembro do ano passado, o magistrado condenou o invasor a pagar R$ 23 mil, cifra que quitaria os honorários advocatícios, mas o valor ainda não foi pago. Não há mais como o réu recorrer.
Noutro processo, de 2019, Conegones foi flagrado com uma pistola que carregava no bolso. Ele não tinha registro de posse e será julgado pelo caso em abril, noticiou o UOL.
CAPTURADOS
Num último balanço divulgado pela secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, foi dito que 21 moradores de MS seguiam presos pela depredação da Praça dos Três Poderes. Onze tinham sido libertados e saíram da cadeia, em Brasília, com monitoramento eletrônico. Dias depois do ato dos bolsonaristas, 1.500 pessoas foram detidas.
O STF vai investigar os implicados no caso por associação criminosa, tentativa de golpe de Estado, terrorismo; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; ameaça; perseguição e e incitação ao crime.
CELSO BEJARANO
CORREIO DO ESTADO