Ex-senador Delcídio do Amaral preside o PTB em MS e diz que será um privilégio apoiar Bolsonaro
Ex-petista, Delcídio espera por Bolsonaro no PTB para apoiá-lo
Graziella Almeida
Em meio ao cenário político instável nacionalmente, o PTB de Roberto Jefferson é mais um dos partidos que entraram na mira do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
Se o presidente da República para, de fato, para a legenda, como tem se especulado nos corredores em Brasília, que fará como honras da Casa em Mato Grosso do Sul a Jair Bolsonaro será o ex-senador Delcídio do Amaral, presidente do diretório regional .
Delcídio do Amaral diz estar concentrado em “engrandecer o PTB no Estado” com as candidaturas majoritárias, principalmente se para confirmar uma vinda de Jair Bolsonaro para o partido.
O ex-senador já estuda nomes, inclusive o mesmo, desde que ele consiga regularizar seus impedimentos de se candidatar, que existem em função de sua cassação durante o governo Dilma Rousseff.
“Estamos estudando uma base de apoio para fortalecer o palanque do Bolsonaro aqui. É claro que tudo ainda é novo e um pouco incerto, mas o PTB já vem recebendo os bolsonaristas desde 2018 e aqui no Estado não está sendo diferente ", comentou.
"O PTB tem sido o braço direito do governo Bolsonaro, digo não só pelo apoio do presidente da executiva nacional, que é o Roberto Jefferson, mas dentro do Congresso Nacional também", completou.
Além disso, Delcídio reforçou que não pensa em deixar o partido e que está determinado a montar um novo projeto para fortalecer o nome do PTB no Estado.
“Não vou sair do partido, ainda mais em um momento como este, em respeito ao Roberto Jefferson [PTB] e à vice-presidente Graciella. Atualmente, estou focado em um novo projeto para o PTB em MS, e, fazendo uma análise geral do cenário político no Estado e em todo o Brasil ", destacou.
"Essa conjuntura é instável e aguardamos os desdobramentos, se o Bolsonaro realmente se filiar à nossa sigla, tudo muda completamente”, completou.
Fidelidade
Após fazer declaração de apoio à reeleição de Bolsonaro e não se declarar como possível candidato, o ex-senador disse que o PTB está ganhando o prestígio do presidente pelo apoio fiel e não precisou garantir cargos dentro do governo federal para ser visto como apoiador.
“Diferentemente de muitos que dizem ser apoiadores do governo, nem Roberto Jefferson nem outros membros do partido precisaram fazer jogadas políticas para ganhar prestígio do presidente Bolsonaro", frisou.
"Não temos cargas públicos [atacando indiretamente a base do Centrão no Congresso Nacional], nenhum filiado é ministro ou isso e aquilo, estamos sendo vistos pela fidelidade a ele [Bolsonaro], e vemos que a própria base dele não é; se para comparar , até as pessoas que estão ligadas a Bolsonaro dentro dos gabinetes são contra o governo ”, completou.
Eleições em 2022
Questionado sobre os planos do partido para 2022, Delcídio do Amaral ressaltou que o PTB trabalha com nomes fortes e que a filiação de Jair Bolsonaro (sem partido) abrir ainda mais portas, levando em consideração toda a movimentação feita pelos seguidores do presidente, que elegeu boa parte do PSL em 2018.
Inelegível desde 2016, o ex-senador disse que não sairá candidato a nenhum cargo político em 2022.
“Estamos montando nossas chapas para a proporcionalmente no Estado e na Federal, além de conversar com alguns nomes que serão lançados nas majoritárias, como Senado e governo. Eu não sei como serão as coisas até abril do ano que vem, mas até o momento não me candidatarei a nenhum cargo político, a minha proposta é dar uma nova cara a nossa sigla no Estado e conversar com futuras alianças ”.
Problemas internos
Para trazer Bolsonaro ao partido, o PTB antes precisa resolver seus problemas internos.
Desde que o presidente da sigla, Roberto Jefferson, foi preso, há quase dois meses, a cúpula do partido entrou em um forte embate, que culminou na expulsão, na semana passada, de pessoas como a filha de Jefferson, Cristiane Brasil, ex- deputada federal, e o blogueiro Oswaldo Eustáquio.
Delcídio não comentou os acontecimentos recentes. Mas a informação é de que, apesar dos embates, as com Bolsonaro continuam.
CORREIO DO ESTADO