Ex-secretário da Receita falta a depoimento sobre investigações da Abin Paralela e pede remarcação

26/07/2024 04h20 - Atualizado há 4 mêses

José Barroso Tostes Neto será intimado para ir novamente à sede da corporação na próxima segunda-feira

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José Barroso Tostes Neto estará na PF no caso da Abin Paralela

Agência Brasil

O ex-secretário da Receita Federal José Barroso Tostes Neto faltou ao depoimento marcado para esta quinta-feira (25) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. O nome de Tostes foi citado em uma gravação de uma reunião de 2020 na qual discutiu formas de tentar livrar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de investigação da Receita sobre supostos desvio de parte dos salários dos funcionários do gabinete dele na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) enquanto ele era deputado estadual.

Na gravação, o ex-presidente Jair Bolsonaro sugeriu às advogadas do filho conversar com o Tostes para anular relatórios produzidos pelo órgão contra Flávio. A gravação da reunião tem uma hora e oito minutos de duração e foi obtida pela Polícia Federal. No dia 15 de julho, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes retirou o sigilo sobre a gravação e divulgou a transcrição do áudio. Também participaram dessa reunião o então ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno e duas advogadas de Flávio.

No diálogo com a defesa do senador, o ex-presidente também prometeu levar o tema ao ex-presidente da Dataprev, Gustavo Canuto. “Vou conversar com ele sozinho”, disse Bolsonaro. Nas redes sociais, um dos advogados do ex-presidente, Fabio Wajngarten, diz que a gravação “só evidencia o quanto o presidente Jair Bolsonaro ama o Brasil e o seu povo”.

A sugestão de conversar com Canuto surgiu após as advogadas de Flávio pedirem que o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) investigasse os acessos de auditores da Receita aos sistemas do órgão para a produção de RIFs (Relatórios de Inteligência Financeira) contra Flávio.

Segundo elas, os responsáveis pela investigação do senador teriam elaborado os relatórios de forma ilegal, e uma eventual investigação do Serpro conseguiria identificar as supostas irregularidades para cancelar as provas feitas contra o senador.

Gabriela Coelho, do R7, em Brasília