O TCE (Tribunal de Contas do Estado) de Mato Grosso do Sul suspendeu as sessões que seriam realizadas nessa semana pelos conselheiros tanto das Câmaras 1 e 2 quanto a sessão plenária. A informação foi confirmada por servidores da Corte de Contas, que receberam uma comunicação interna informando sobre o cancelamento, sem, no entanto, informar o motivo.

O cancelamento das atividades ocorre na semana de volta do recesso das casas legislativas (Câmara Municipal e Assembleia) e do órgão julgador, no momento da divulgação pela imprensa de que conselheiros e ex-funcionários do TCE foram flagrados em escutas telefônicas da Policia Federal conversando com o empreiteiro João Amorim, investigado pela “Lama ASfáltica”, que apura fraude em licitações, desvio de dinheiro público e outros crimes.

Foram flagrados em conversar o presidente Waldir Neves e André Cance, ex-chefe de gabinete do conselheiro Osmar Jeronymo. Cance pediu exoneração do cargo um dia após a operação vir à tona. Segundo foi apurado nas escutas e apontado pela polícia, Neves discutiu com Amorim a indicação do ex-deputado Antonio Carlos Arroyo a vaga que seria aberta com a aposentadoria de José Roberto Pereira Cabral.

No inquérito policial, que indica a atuação de um grupo para manter contratos junto à administração, revelou-se também “indícios de uma grande armação para a nomeação do ex-secretário Edson Giroto para o TCE”. As escutas apontam aquilo o que os investigadores da força-tarefa consideraram uma “verdadeira encenação” em torno da indicação de Arroyo.

Segundo a assessoria de imprensa do TCE as sessões teriam sido suspensas logo após o recesso devido a implantação de um novo sistema de informática na rede local.

*Matéria atualizada ás 9h28 desta quarta-feira (5) para acréscimo de informação.  

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