Em Mato Grosso do Sul, 151 mulheres disputam eleições

20/08/2018 00h00 - Atualizado há 5 anos
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Divulgação

Nas eleições em Mato Grosso do Sul, haverá 151 mulheres concorrendo a vários cargos; destas, 37 disputarão vaga para deputada federal e 101 para estadual. Além disso, são quatro candidatas a vice-governadora. Uma delas é Tânia Garib, ex-secretária estadual de Assistência Social do governo André Puccinelli (MDB). Ela será parceira de chapa do candidato a governador Junior Mochi (MDB), atual presidente da Assembleia Legislativa. Mochi substituiu a senadora Simone Tebet, que renunciou a candidatura depois de ocupar a vaga deixada com a prisão de André.

Simone era até então a única mulher concorrendo ao governo do Estado. A candidatura resistiu apenas uma semana depois da homologação na convenção do MDB.

A professora Ana Maria Bernardelli (Rede) é candidata a vice de Marcelo Bluma (PV). Bluma foi vereador de Campo Grande e hoje busca a eleição para governador do Estado.

Outra candidata, também professora, Osvaldina Maria de Freitas (PSOL) é vice de João Alfredo Danieze, que foi vice-prefeito de Ribas do Rio Pardo. E a advogada Luciene Maria da Silva (PT) é vice do ex-prefeito de Mundo Novo Humberto Amaducci (PT), candidato a governador do Estado.

A única mulher a disputar o Senado é a advogada Soraya Vieira Thronicke (PSL), tendo ainda uma mulher na disputa pelo cargo de primeira suplente e sete no cargo de segunda suplente.

DADOS DO TSE

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que elas representam 30,7% dos pedidos de registro para a disputa aos cargos de deputado estadual e 31,59% para as vagas de deputado federal.

Esses são os primeiros dados divulgados pelo TSE, na tarde de quinta-feira (16), com um primeiro retrato das candidaturas registradas. De acordo com a corte eleitoral, as informações ainda podem ser atualizadas.

Pela legislação, ao menos 30% dos candidatos devem ser do sexo feminino nas disputas aos cargos proporcionais – deputado federal, deputado estadual e vereador.

De acordo com a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para este ano, as mulheres representam 51,09% da população brasileira.

Nos registros de cargos para os quais não há exigência mínima de número de mulheres, a presença feminina é ainda menor.

Neste ano, elas representam aproximadamente 15% dos candidatos a presidente, 12% dos postulantes a governador e 18% dos que vão disputar um cargo ao Senado.

Nas eleições de outubro, se for mantido o que se observou em 2014, o número de mulheres eleitas pode ser ainda menor do que essas proporções.

Naquela eleição, as mulheres eram, por exemplo, 31,8% das candidaturas registradas ao cargo de deputado federal. Porém, após desistências e indeferimentos de registros, chegaram ao dia da votação representando 22,6% dos candidatos.

Após a apuração dos votos, as mulheres ficaram com 10% das vagas na Câmara dos Deputados para o mandato iniciado em 2015.

Para as eleições deste ano, há também cota mínima de verba que deve ser destinada às campanhas de mulheres, pelo menos 30% do fundo eleitoral para as candidatas. A Justiça também entendeu que, no caso de o número de mulheres superar 30% das candidaturas, a distribuição de recursos deverá obedecer à mesma proporção.

Um dos objetivos da medida é combater as chamadas candidaturas fantasmas. Obrigados a registrar número mínimo de mulheres, partidos acabavam lançando candidatas que não recebiam votos nem recursos para a campanha.

A pesquisadora do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero Débora Diniz afirma que alterações na legislação são um passo para a ampliação da participação feminina na política, mas não são o suficiente. “Algumas mudanças legislativas não são capazes de alterar regimes de desigualdade”.

Por ADILSON TRINDADE - Correio do Estado

Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado