ELEIÇÕES 2020: Dividida, cúpula do PSDB ainda não sabe se apoiará reeleição de Marcos Trad

07/08/2020 08h43 - Atualizado há 3 anos

Tucanos ainda não definiram se apoiam prefeito ou lançam candidatura própria em novembro

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Reinaldo Azambuja disse que o diretório municipal deve decidir sobre os caminhos este ano - Chico Ribeiro/Governo de MS

Yarima Mecchi

O possível acordo entre o PSD e o PSDB para a reeleição do prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), segue na corda bamba entre o ninho tucano.

Com a maioria dos líderes dispostos a lançar uma candidatura própria na disputa pela administração da Capital, os rumos do partido ficam à espera do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), porém, em agenda pública ele afirmou que o diretório municipal tem autonomia para decidir.

Na eleição de 2018, quando Azambuja disputou a permanência na cadeira de governador em Mato Grosso do Sul, teve o apoio do prefeito Marcos Trad, e um acordo foi firmado para 2020, em que o ninho tucano faria o mesmo, mas com o passar dos anos a movimentação tem sido o contrário nos bastidores do PSDB.

Entre os integrantes da Executiva estadual do PSDB, o único que ainda mantém a palavra do governador é o presidente e secretário de Articulação Política do governo, Sérgio de Paula.

Os deputados federais Beto Pereira e Rose Modesto já demonstraram o interesse em concorrer à administração municipal, e Modesto foi o nome do partido em 2016 e chegou a disputar o segundo turno com Trad, tendo a preferência de 169.660 eleitores (41,23%), porém o então deputado estadual conseguiu se eleger.

Conforme informações de bastidores obtidas pelo Correio do Estado, os deputados têm pressionado o líder maior do partido para romper de vez com Trad e lançar um candidato direto do ninho tucano, mas Azambuja ainda mantém a palavra com Marcos Trad.

Um dos motivos que vem desmotivando os integrantes do ninho tucano é o fato de o prefeito de Campo Grande nunca ter assumido publicamente que fez acordo político com Azambuja, apenas citando que as gestões estão juntas nas melhorias para a Capital.

Entre os fatos que pioraram a crise interna do PSDB estão as vaias que Azambuja recebeu em novembro do ano passado, na inauguração do Reviva Campo Grande.

Durante entrevista ao Correio do Estado, ao ser questionado sobre a aliança para a reeleição, o prefeito chegou a questionar que acordo seria esse, porque nunca falou sobre tal assunto.

Em reuniões da Executiva estadual, o deputado Beto Pereira chegou a abrir mão de se colocar à disposição do partido para deixar que Rose Modesto representasse a sigla. Após a eleição de 2016, a parlamentar foi a mais votada para a bancada federal de Mato Grosso do Sul, com 120.901 votos, e Pereira ficou em terceiro lugar, com 80,5 mil votos.

Além dos problemas na esfera estadual, no primeiro semestre de 2020, a bancada tucana da Câmara Municipal de Campo Grande fez uma carta interna deixando claro a pretensão de lançar uma candidatura própria, porém, o movimento foi desmotivado por Sérgio de Paula, que se reuniu com integrantes da municipal, inclusive com o presidente João César Mattogrosso, e questionou sobre a “palavra” de Azambuja na campanha.

Mesmo com toda a desmotivação das executivas estadual e municipal, Reinaldo Azambuja disse que a autonomia de definir sobre as eleições é do diretório municipal.

“A questão política quem discute é o partido, aí o PSDB, os vereadores da Capital e aqueles que vão disputar as eleições estão conversando politicamente, e eu tenho certeza que eles vão buscar o melhor entendimento ao partido aqui na Capital, mas isso não se mistura com essas decisões de cunho científico, que a gente tem respeitado a autonomia municipal, mas orientado as decisões que devam ser feitas".

Fontes do PSD, ouvidas pelo Correio do Estado, afirmaram que pesquisas serão feitas para definir se o ninho agrega ou não a campanha de reeleição.

CORREIO DO ESTADO