Dosimetria é "retrocesso" e texto não deve avançar no Senado, diz Renan

17/12/2025 05h27 - Atualizado há 23 horas

Presidente da Casa legislativa, Davi Alcolumbre pautou análise do texto em plenário para a próxima quarta-feira, mesmo com resistência de parte dos senadores

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Divulgação

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse em entrevista à CNN, nesta terça-feira (16), que o PL da Dosimetria é um "retrocesso" e não deve avançar no Senado.

"Nós, mais uma vez, dissemos para o presidente Davi Alcolumbre que, no nosso entendimento, o Senado não tem como apreciar uma matéria dessa ordem agora porque sob qualquer perspectiva que você analisar ela é um retrocesso", afirmou.

Mesmo com a resistência de parte dos senadores, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pautou a análise em plenário do projeto para a próxima quarta-feira (17).

No entender do senador do MDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), teria solicitado Senado federal que pautasse a proposta, o que explicaria a atitude de Alcolumbre.

"Não sei bem dizer o que é que possibilitou isso. Eu acho que o presidente da Câmara pediu ao presidente do Senado e o presidente do Senado, na medida do possível, externou que gostaria de ajudar. Só que eu acho que, na prática, essa ajuda não tem como acontecer porque o Senado entende que esse assunto não é prioritário", justificou.

Para Calheiros, é fundamental que os parlamentares peçam vista, para que a votação fique para o ano que vem, depois do carnaval. Ele argumenta que não há "nenhuma condição" para análise em plenário e, mesmo que o Senado altere trechos do texto, não há como esperar que a Câmara respeite essas modificações.

"Isso não pode caminhar, ela não vai caminhar no Senado. Se nós alterarmos, ninguém de bom senso vai acreditar que a alteração que o Senado fará na lei de dosimetria, ela vá ser respeitada na Câmara dos Deputados. Como esperar bom senso desses ensandecidos que acreditam que tomar vacina causa aids e a pessoa vira jacaré?", afirmou.

De acordo com ele, o PL é não só "um desestímulo à investigação da Polícia Federal", mas também um "desestímulo ao Supremo", representando uma tentativa de "blindar o passado dessa gente toda [envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro]".

"Parece um libera geral para favorecer novamente essas pessoas. A PEC da blindagem, era uma blindagem para o futuro, mas a dosimetria parece querer blindar o passado dessa gente toda".

Manoela Carlucci, da CNN Brasil, São Paulo