Disputa pelo governo de Mato Grosso do Sul já soma sete pré-candidatos

10/05/2022 08h46 - Atualizado há 2 anos

Concorrem à sucessão de Azambuja, o MDB, PSD, PT, União Brasil, PRTB, Psol e PSDB

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Divulgação

CELSO BEJARANO

“Sou 50. Sou Lula. Sou pré-candidata a governadora, sim. Minha bandeira é unidade para derrotar esse desgoverno”, assim se expressou pelas redes sociais, a professora e ativista nas questões de gênero e raça, Lucimar de Souza Arguelho, a Luhhara, ao divulgar sua pré-candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Psol.

Com ela no páreo, sobe para sete o número de pré-candidatos à sucessão do governador Reinaldo Azambuja, do PSDB. Em 2018, ano da reeleição de Azambuja, seis concorreram ao governo, que foi definido no segundo turno.

A pré-candidatura de Luhhara dá ao ex-presidente Lula um segundo palanque em MS, já que o PT também lançou uma concorrente ao governo, a advogada e professora universitária Giselle Marques.

Luhhara nasceu em Maracaju, mas vive em Dourados, segunda potência econômica e em número de eleitores do Estado. Hoje, o vice-governador de MS é de lá, Murilo Zauith, do União Brasil. O PT lançou também pré-candidatura ao Senado. Trata-se do professor universitário Tiago Botelho, outro que mora em Dourados.

Ainda pelas redes sociais, amigos de Luhhara clamaram por sua pré-candidatura:

“O Psol tem o seu nome para disputar o Parque dos Poderes. Uma mulher que representa a comunidade, os dignos trabalhadores de Mato Grosso do Sul. Luhhara Arguelho é professora, militante, quilombola, filha de trabalhadores e minha pré-candidata ao governo”.

A reportagem tentou por telefone conversar com Luhhara ontem à tarde, mas até o fechamento desta página não tinha conseguido.

Num publicado pelas redes sociais, Luhhara relatou seu perfil como ativista quando chefiava o Coletivo de Mulheres Negras do MS. Eis um trecho:

“Eu Luhhara Arguelho, sou sul-mato-grossense, nascida em Maracaju, no dia 02 de novembro de 1969 [52 anos], filha de pais e avós preto. Com um histórico de família tradicional negra da região de Vista Alegre, distrito de Maracaju. Professora pesquisadora e Coordenadora Executiva do Coletivo de mulheres Negras do Mato Grosso do sul, militante dos direitos humanos”.

Segue, a pré-candidata ao governo de MS: “portanto combater o preconceito e a discriminação racial é um ato cansativo e árduo e ‘os racista não dormem’, como disse Bob Marley. “Resistir, construir e avançar são verbos que as mulheres negras carregam consigo historicamente”.

Bob Marley, que morreu em 1981, ao 36 anos de idade, foi um cantor, compositor e guitarrista jamaicano, responsável por tornar o reggae um ritmo conhecido no mundo.

Junto com o PT

O Psol legitimou o apoio a Lula duas semanas atrás, depois de promover a conferência nacional do partido. Foram 35 votos a favor do apoio e 25 contrários.

Eleição passada

Em 2018, além do atual governador, brigaram pela vaga Humberto Amaducci, do PT; João Alfredo, do PSOL, o ex-juiz Odilon de Oliveira, então do PDT; Júnior Mochi, do MDB e Marcelo Bluma, do PV.

João Alfredo, depois de amargar derrota nas eleições em que concorreu ao governo, voltou às urnas e tornou-se o primeiro prefeito do PSOL. Ele virou prefeito de Ribas do Rio Pardo, cidade distante 100 quilômetros de Campo Grande.

Até agora, lançaram-se pré-candidatos ao governo de MS, o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, do PSD; o ex-governador André Puccinelli, do MDB; o ex-secretário da Infraestrutura, Eduardo Riedel, do PSDB; a advogada e professora universitária, Giselle Marques, do PT; a deputada federal Rose Modesto, do União Brasil, a também professora Luhhara Arguelho, do Psol e deputado estadual Renan Contar, o capitão Contar, do PRTB.

Entre os concorrentes ao governo de MS, apenas o PRTB anunciou já ter um pré-candidato a vice. Contar disse que disputa a eleição ao lado do advogado Beto Figueiró, integrante do partido.

Nenhum dos pré-candidatos, contudo, anunciou até agora quem vai compor suas chapas como concorrente a vice-governador.

Já a disputa pelo Senado, pelo até aqui divulgado, aparecem nomes do PSD, o ex-juiz federal Odilon de Oliveira; a deputada federal Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, pelo PP e o professor universitário, Tiago Botelho, do PT.

O MDB, de Puccinelli, ainda não se manifestou pela candidatura oficialmente. O União Brasil, também não, embora a pré-candidata ao governo, Rose, mostrou-se, em entrevistas concedidas, desejo de ter como vice o atual vice-governador Murilo Zauith, integrante de seu partido. O PSD, de Marquinhos, nada divulgou sobre a questão.

Enquanto a pré-candidatura de Luhhara amplia os palanques para Lula, o presidente Jair Bolsonaro, do PL, também deve garantir mais de um palanque em MS. O PSDB, de Ridel, já informou que acolhe Bolsonaro; o PRTB, também.

CORREIO DO ESTADO