Derrotados buscam opções para trabalhar fora da política

09/01/2019 00h00 - Atualizado há 4 anos

Os 11 deputados estaduais não reeleitos lamentaram, na última sessão do ano (20), os votos não recebidos. Eles ainda contaram ao jornal Correio do Estado quais serão os planos agora, que estão fora do Legislativo Estadual. “Vou descansar, agora vem recesso, depois Carnaval. Em fevereiro, volto para cumprir período de seis meses na Sefaz [Secretaria de Estado de Fazenda] para iniciar o processo de aposentadoria”, declarou o deputado Amarildo Cruz (PT).

Ele e seu colega de partido João Grandão foram dois dos quatro petistas da Assembleia que não conseguiram se reeleger. Na próxima legislatura, voltarão para seus cargos os deputados Cabo Almi e Pedro Kemp.

Além da aposentadoria, Amarildo também pretende voltar a advogar. “Provavelmente, na próxima eleição, volto a me candidatar”, contou. “Saio daqui alegre, saltitante, pois fiz bom debate, fui leal e sempre defendi minhas bandeiras. A única coisa ruim é que não tive votos”, brincou o deputado.

Assim como o correligionário, João Grandão também deverá voltar a advogar. “Tenho minhas funções a que posso retornar”, disse. Do MDB, os deputados George Takimoto e Paulo Siufi são outros que deverão retornar à prática da profissão.

Formado em Medicina há 50 anos, Takimoto não conseguiu se eleger como deputado federal. Por isso, com o fim do mandato na Assembleia, ele pretende retornar ao consultório.

“Por décadas, trabalhei como obstetra e agora a obesidade tomou conta. Como médico experiente, faço tratamento com medicação, dieta alimentar rigorosa, exercício e principalmente com a conscientização do paciente”, destacou o deputado.

Também médico, o pediatra e obstetra Paulo Siufi continuará com os atendimentos clínicos. Seu colega de partido, o presidente da Assembleia, deputado Júnior Mochi, é outro que deixará o cargo. Candidato a governador na última eleição, ele será um dos 11 parlamentares que não retornarão à Casa de Leis.

Os tucanos Maurício Picarelli, Mara Caseiro, Enelvo Felini e Beto Pereira também não foram reeleitos. Picarelli e Mara devem assumir função no governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) – o primeiro deve chefiar a TV Educativa de Mato Grosso do Sul. “Não sei se tá certo isso, mas tem essa possibilidade, sim”, disse Picarelli. Já Mara deve ficar com alguma secretaria. “Na Saúde, eu tenho certeza de que não vou ficar”, comentou a parlamentar.

Uma das três mulheres da Casa de Leis, Caseiro lamentou o fato de a próxima legislatura não ter nenhuma representante do público feminino. “Tive mais votos que 11 deputados, mas, infelizmente, em razão da legenda, eu não entrei”. As outras duas, Grazielle Machado (PR) e Antonieta Amorim (MDB), não se candidataram à reeleição.

Deputado por um mandato, Enelvo disse ter sentimento de missão cumprida. “Tentei cumprir meu papel. Atuei na CCJR [Comissão de Constituição, Justiça e Redação], sendo o mais novo na comissão. Aqui fui muito compreendido pelos colegas”, afirmou. Eleito pela primeira vez para deputado estadual, Beto Pereira não estará na Assembleia nos próximos anos. Ele é um dos oito vitoriosos para a vaga de deputado federal. Vou chegar a Brasília com o compromisso de participar e discutir as reformas para o País”, declarou. 

Por TAVANE FERRARESI E IZABELA JORNADA

CORREIO DO ESTADO