Deputados “folgam” na Quarta-feira de Cinzas e CPI da Energisa volta a se reunir em março

27/02/2020 09h33 - Atualizado há 4 anos

Possível baixo quórum motivou cancelamento de reunião

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Contar, Orro e Barbosinha durante a primeira reunião da CPI em 2020 - os três formaram quórum - Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Energisa não se reuniu nesta Quarta-feira de Cinzas (26), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems). A última reunião aconteceu no dia 19 de fevereiro, onde foi decidido que a próxima só aconteceria no dia 3 de março.

Motivo para “pular” uma quarta-feira seria o medo de não ter o número suficiente de membros presentes para aprovar as atas - são necessários no mínimo três para formar quórum. Por isso decidiram marcar a reunião para a semana posterior ao Carnaval.

A CPI já sofreu com a falta de quórum na última reunião no dia 18 de dezembro de 2019 - último dia de trabalho do legislativo antes do recesso - onde só compareceram o presidente da comissão e seu relator, Felipe Orro (PSDB) e Renan Contar (PSL), respectivamente.

Por conta disso, as atas discutidas na 3ª reunião da CPI, que investiga possíveis irregularidades nas contas de energia elétrica no Estado, só foram aprovadas quando o recesso acabou, ou seja, na 5ª reunião com a presença de Orro, Contar e também o vice-presidente José Carlos Barbosa (DEM) - número mínimo para formação de quórum.

 TROCA NA COMPOSIÇÃO

Logo quando os trabalhos reiniciaram na Alems, na primeira semana de fevereiro, o deputado Henrique Catan (PL), membro titular da comissão, alegou complexidade nas investigações e pediu para deixar a CPI. Na última quarta-feira, foi empossado o novo integrante titular, o deputado Lucas de Lima (Solidariedade), que foi indicado para a vaga ocupada por Catan.

Com isso, a composição atual continua com Felipe Orro na presidência e Barbosinha como vice, Capitão Contar como relator, além de Renato Câmara (MDB) e Lucas de Lima. Antes de Lima entrar para a comissão, o grupo havia tentado, sem êxito, a adesão de Márcio Fernandes (MDB) e Evander Vendramini (PP).

Criada em 18 de novembro, a CPI da Energisa têm prazo de 120 dias para ser concluída. Já se foram quase 60 dias de trabalho, com sessões de baixo quórum e poucas provas levantadas. A perícia dos relógios, será o primeiro exame de provas a ser realizado, desde a instalação da comissão. A CPI obteve verba de R$ 20 mil para pagar a perícia em 200 relógios da Energisa, cujas leituras resultaram em contas de alto valor e que será feita pelo Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de São Paulo (USP).

POLÊMICA

Desde antes de sua criação, a CPI já estava envolta em polêmicas. Primeiramente Capitão Renan Contar pediu para que fosse criada a comissão para a investigação, alegando que estava recebendo muitas reclamações de consumidores sobre o aumento abusivo da tarifa de luz. Porém, apenas cinco deputados aderiram a proposta, os demais não quiseram assinar, justificando que o documento de Contar faltava um fato determinado e que ele estaria usando a ideia como palanque para se promover.

Contar é a proposta do PSL estadual, liderado pela senadora Soraya Tronicke, para concorrer a Prefeitura de Campo Grande nas eleições deste ano. Essa questão chegou a gerar conflitos entre o candidato da senadora e o deputado Coronel David (PSL), visto que David era presidente da sigla municipal, mas foi substituído por Contar, a mando de Tronicke.

A nova proposta de comissão foi apresentada por Orro e diante das evidências apresentadas, os demais 22 deputados assinaram a proposta, inclusive Contar.

Fábio Oruê

CORREIO DO ESTADO