Deputados federais de MS custaram R$ 13,1 milhões aos cofres públicos

05/01/2021 09h57 - Atualizado há 3 anos

Despesas com aluguel de carro, promoção pessoal na internet e escritório de apoio chegaram a R$ 2,08 milhões

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GASTADORES. Da esquerda para a direita, de cima para baixo, os campeões de gastos com promoção pessoal e aluguel de carros: Dagoberto (PDT), Beto Pereira (PSDB), Vander Loubet (PT) e Loester Trutis (PSL) - Divulgação

Eduardo Miranda, Flávio Veras

Em 2020, os oito deputados federais custaram aos cofres públicos um total de R$ 13.193.458,84. A quantia consta no Portal da Transparência da Câmara, e a soma tem origem no salário dos deputados, nas cotas parlamentares, no auxílio-moradia e no custo para manutenção dos gabinetes.

O maior volume de recursos gastos é na manutenção dos gabinetes: R$ 7,58 milhões. A soma dos salários de R$ 33.763,00 de cada deputado resultou, no ano, em uma despesa de 3,42 milhões.

Já a despesa com auxílio-moradia, para os três deputados que não usam os apartamentos funcionais, foi de R$ 89 mil, e o gasto com cota parlamentar, aquela utilizada para pagar pela promoção pessoal dos parlamentares nas redes sociais, passagens aéreas, aluguel de carros, combustível, entre outros gastos cotidianos, foi de R$ 2,089 milhões.

O gasto da cota parlamentar foi inferior ao do ano de 2019, quando o valor desembolsado pela Câmara com os deputados de Mato Grosso do Sul foi de R$ 2,7 milhões. A diferença ocorre, sobretudo, na redução de gastos com passagens aéreas, que caíram de R$ 588 mil no primeiro ano do mandato deles, para R$ 118 mil no ano passado.

Só de divulgação das atividades parlamentares, os oito deputados federais de MS usaram R$ 588,6 mil da cota parlamentar. Em 2019, os deputados gastaram R$ 704,7 mil nesta categoria de despesa.

A locação de automóveis pela bancada federal consumiu R$ 455 mil dos cofres da Câmara em 2020, enquanto no ano anterior foi de R$ 328 mil.

A manutenção de escritórios de apoio foi a terceira maior causa de gastos pelos parlamentares: consumiu R$ 403 mil.

O recorde de gasto deste recurso ficou para o mês de fevereiro, quando os parlamentares utilizaram R$ 284.531,45. Em seguida aparece o mês de março, com R$ 210.763,98 e janeiro, com R$ 202.396,00, respectivamente. Nos três primeiros meses de 2020, o País enfrentou o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Mais gastadores

No que se refere ao ranking de gastos, Dagoberto Nogueira, com R$ 411,3 mil em despesas, aparece na primeira posição; o segundo parlamentar que mais utilizou a cota parlamentar foi Beto Pereira, com 407 mil.

Vander Loubet (PT), com R$ 355 mil em despesas e Loeste Trutis (PSL), com R$ 329 mil, fecham o pelotão dianteiro dos que mais usaram a cota.

Bia Cavassa (PSDB), usou R$ 195 mil, Rose Modesto (PSDB) consumiu R$ 170 mil, Luiz Ovando (PSL) R$ 167 mil e Fábio Trad (PSD), R$ 55 mil.

Gabinetes

Em relação ao gasto com pessoal, foram utilizados 75,48% dos pouco mais de R$ 10 milhões que havia disponível.

Em todo o ano de 2020, a contratação de consultoria, de assessores terceirizados, entre outros, chegou a R$ 7.585.799,38.

Cada deputado tem R$ 111.675,59 por mês para pagar salários de até 25 secretários parlamentares, que trabalham para o mandato em Brasília ou nos estados. Eles são contratados diretamente pelos deputados, com salários de R$ 1.025,12 a R$ 15.698,32.

Encargos trabalhistas, como 13º, férias e auxílio-alimentação dos secretários parlamentares, não são cobertos pela verba de gabinete – são pagos com recursos da Câmara.

Auxílio moradia

Os deputados federais têm direito a receber um auxílio-moradia no valor de R$ 4.253,00, quando não ocupam um dos 432 apartamentos funcionais que a Câmara tem em Brasília.

O auxílio-moradia pode ser pago diretamente em dinheiro, com desconto do Imposto de Renda na fonte ou por reembolso, mediante a apresentação de recibo de aluguel ou hotel. O reembolso é isento de Imposto de Renda.

CORREIO DO ESTADO