Deputados dependerão de fundo partidário para financiar campanha
Parlamentares não estão muito confiante na “vaquinha virtual”
Os deputados federais sul-mato-grossenses que pretendem disputar a reeleição vão depender do repasse de recursos de seus partidos ou coligações para viabilizarem suas campanhas este ano por causa das limitações impostas pela legislação eleitoral. A maioria dos até R$ 2,5 milhões que podem usar devem vir do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e do Fundo Partidário.
Os parlamentares afirmam que a vaquinha eletrônica (crowdfunding) deve ajudar, mas não criam grandes expectativas. Esse é o pensamento dos deputados Elizeu Dionizio (PSB/MS), Vander Loubet (PT/MS), Geraldo Resende (PSDB) e Dagoberto (PDT) em relação ao sistema eletrônico de coleta de recursos. “Vai ser difícil ter outra fonte de arrecadação que não seja o fundo eleitoral”, destacou Resende.
Para Dionizio, a vaquinha eletrônica “será uma forma de obter algum recurso, mas a maior parte do dinheiro de campanha será dos fundos do partido”.
Este é o mesmo pensamento de Dagoberto, enfatizando que não tem uma estimativa de quanto poderá arrecadar com sistema eletrônico. “Vou fazer (vaquinha eletrônica), mas tenho um parâmetro, vou tentar”, disse o parlamentar complementando que o PDT deve repassar entre R$ 300 mil a R$ 500 mil para sua campanha, já que a maior parte do dinheiro do partido vai ser usada na campanha a presidente e de 11 governadores.
O deputado Mandetta (DEM) afirmou que o candidato que tiver “setor pode ter alguma chance de mobilizar para ajudar no financiamento de campanha” via doação eletrônica, mas ressaltando que o maior valor a ser usado na campanha virá do partido.
Um dos deputados que descarta completamente a vaquinha eletrônica é Fábio Trad (PSD), enfatizando que o maior valor de sua campanha virá dos fundos administrados pelo partido.
O parlamentar não tem ainda estimativa de quanto vai gastar na campanha, mas ressaltou que “o valor será bem inferior a de 2014 (De acordo com o TER-MS, Trad gastou R$ 1,077 milhão)”.
Trad disse que a divulgação do trabalho parlamentar vai ajudar e que “essa vai ser uma campanha de divulgação, de massificação de ideias”.
Com pensamento semelhante, o deputado Dionizio afirma que “já venho defendendo algumas bandeiras no Congresso Nacional que mostraram à população o meu trabalho”.
Na avaliação de Mandetta “quem tem voto de cabo eleitoral vai usar mais (recursos para campanha), quem tem voto por opinião vai gastar menos”, explicando achar suficiente o uso de R$ 2,5 milhões na campanha, exemplificando que na sua eleição em 2014 gastou cerca de R$ 2 milhões, sendo R$ 1,3 milhão de doações e o restante recursos próprios (autofinanciamento que continua permitido nesta eleição).
COLHEITA
Os parlamentares do Estado enfatizaram que o período de campanha vai ser curto, sendo de 45, mas que na prática será de 30 dias, de acordo com Loubet, por isso enfatizam que o trabalho que já desenvolvem no Congresso Nacional será muito importante na campanha eleitoral.
“Nós já estamos trabalhando para todo o Estado, são 60 municípios atendidos durante o meu mandato com emendas que asseguram investimentos federais, que mostram a nossa preocupação”, enfatizou Dionizio.
Já Resende destacou que “me baseio muito mais no meu trabalho, sou o deputado que mais destinei recursos para os municípios”. Outro que está confiante no trabalho que faz como parlamentar federal é o petista Loubet. “A pré-campanha favorece quem já trabalha, estamos em Glória de Dourados, Hoje passamos por Taquarussu e agora (na tarde sexta-feira) vamos para Naviraí”.
Por CLODOALDO SILVA - Correio do Estado
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