Deputados de seis partidos acionam Corregedoria para investigar Cunha
Um grupo de 29 deputados de seis partidos, incluindo PT, PSOL, PPS, Rede, PSB e PMDB, entregaram nesta quarta-feira (7) na Corregedoria da Câmara dos Deputados um pedido para que as denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sejam investigadas.
Cunha é investigado na Operação Lava Jato e, em agosto, foi denunciado pela Procuradoria Geral da República no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de que teria se beneficiado do esquema de corrupção na Petrobras.
Na última semana, o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil os autos de uma investigação sobre ele por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva e que apontaria a existência de contas bancárias em nome dele e de parentes no país europeu. O volume de recursos encontrado é mantido em sigilo e foi bloqueado pelas autoridades suíças.
A representação foi apresentada ao corregedor parlamentar Carlos Manato (SD-ES), que deverá encaminhá-lo à presidência da Mesa Diretora da Câmara, comandada pelo próprio Cunha.
No ato de entrega, os parlamentares pediram ao corregedor que cobre de Cunha que se declare impedido de decidir sobre a eventual abertura de investigação. Assessores técnicos da Corregedoria, no entanto, explicaram que essa é uma decisão que cabe ao presidente, mas que, eventualmente, os deputados poderão recorrer na Justiça.
Pelas regras do regimento, cabe ao presidente analisar os aspectos formais da representação e encaminhar um despacho de volta à Corregedoria, autorizando ou não a abertura da investigação. Se for aberta, o corregedor terá um prazo de 45 dias para elaborar um parecer e, eventualmente, enviar o caso para o Conselho de Ética.
Denúncia
Quatro delatores, incluindo Alberto Youssef e os lobistas Júlio Camargo, Fernando Baiano e João Augusto Henriques, acusam Cunha de receber propina do esquema.
Outro delator da Lava Jato, o ex-gerente-geral da área Internacional da Petrobras Eduardo Vaz Costa Musa aponta Cunha como responsável por dar a palavra final nas indicações a uma diretoria da estatal.
Em seu depoimento, Henriques confirmou ter depositado dinheiro em uma conta no exterior que veio a saber depois era de Cunha. Segundo o relato do lobista, o repasse era para pagar propina a Cunha pela aquisição, pela Petrobras, de um campo de exploração em Benin, na África.
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