Cunha diz que não deixa comando da Câmara nem se virar réu no STF

04/02/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a afirmar no fim da tarde desta quarta-feira (3) que vai continuar no cargo sob qualquer circunstância.

Ele foi questionado sobre a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, que afirmou nesta terça (2) a intenção de julgar primeiro a abertura de denúncia contra o peemedebista por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, antes de analisar o pedido de afastamento de Cunha da presidência da Casa.

Já fui réu quando era líder do PMDB. Me tornei réu sob a relatoria de Gilmar Mendes e fui absolvido na sequência. Tem vários que estão aqui que são réus. Eu espero que não possa ser aceita a denúncia, inclusive há uma discussão jurídica que vai ser posta lá. O fato de aceitar a denúncia não significa que eu sou condenado. Acredito que possa não ser aceita porque meus argumentos são muito fortes. Vou continuar em qualquer circunstância.

Enquanto respondia a perguntas de jornalistas, Cunha voltou a ser alvo de uma manifestação de uma já conhecida adversária política, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), que gritou Fora Cunha, devolve o dinheiro da Suíça e o nosso povo merece respeito. Cunha chegou a se atrapalhar no início do protesto da deputada, mas seguiu como se nada ocorresse.

Seguranças tentaram retirá-la do Salão Verde, ao que ela contestou, afirmando ser parlamentar, e continuou com o protesto. Se eu fosse me preocupar com uma manifestação solitária, não estaria exercendo a vida pública. É para isso. Ainda bem que são só solitárias, comentou Cunha.

CONSELHO DE ÉTICA

O peemedebista também falou sobre a convocação, pelo presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), de uma reunião do colegiado nesta quarta. Para aliados de Cunha, há irregularidades na marcação da reunião, a começar por nem todos os membros terem sido avisados.

Um deles, o deputado Paulinho da Força (SD-SP), que é um dos mais empenhados defensores de Cunha na Casa, disse que até por volta das 17h00 não havia sido avisado de nenhuma reunião. Afirmou que a sessão teria todas as condições de ser anulada novamente.

A reunião do Conselho de Ética desta quarta ainda está em suspenso. Araújo convocou o encontro para depois da sessão do plenário, que começou por volta das 18h00. Cunha pretende votar três medidas provisórias polêmicas, o que não tem horário para terminar.

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