Cunha deve receber ‘anistia’ em troca da entrega do impeachment
Após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha conseguir realizar a votação e aprovar processo de impeachment de Dilma Roussef, agora sua bancada informal quer retribuir o serviço prestado.
Segundo informações do jornal El País, Cunha, que é réu no Supremo Tribunal Federal por seu envolvimento na Lava Jato, está sob o risco de perder seu mandato, por ter mentido no Conselho de Ética na Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, onde ele negou ter contas no exterior. Se isso acontecer, ele perderia o direito ao foro privilegiado, e poderá ser julgado pelo implacável juiz federal Sérgio Moro.
Entre seus correligionários, porém, já existe uma movimentação para que ele não perca o mandato. O primeiro passo para livrar Cunha no Conselho foi a troca do deputado Fausto Pinato (PP-SP), pela deputada Tia Eron (PRB-BA), que integra a bancada evangélica e é alinhada com o presidente.
Ainda segundo a publicação, a defesa de Cunha no Conselho irá usar como estratégia para desqualificar a acusação do falso testemunho um argumento técnico. O dinheiro depositado nas contas suíças não seria de fato dele, mas sim resultado de negócios como exportação de carne. Neste caso, ele seria apenas beneficiário do dinheiro administrado por um truste criado para gerir os recursos. Se for considerada a ovação ouvida pelo presidente da Casa ao proferir seu voto favorável ao impeachment neste domingo, a estratégia deve funcionar.
Nos últimos meses, com o apoio dos líderes de partidos da oposição, o parlamentar se dedicou a fazer tramitar em tempo recorde o pedido de afastamento da petista.
POR NOTÍCIAS AO MINUTO