Começam as traições e as negociações entre alianças nestas eleições

22/08/2022 09h41 - Atualizado há 2 anos

Candidatos ao governo já recebem apoio de políticos de partidos rivais e já pensam em alianças para o segundo turno

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Neste domingo, o vereador Valdir Gomes (PSD), que em tese apoia Marquinhos Trad (PSD), esteve em evento de Eduardo Riedel (PSDB) - WHATSAPP/CORREIO DO ESTADO

EDUARDO MIRANDA

A campanha oficial já está nas ruas desde a semana passada, e, assim como os números dos candidatos, que já estão visíveis nas propagandas de cada um, as possíveis traições e as negociações entre as alianças, algumas visando até um possível segundo turno, estão em pleno vapor.

O Correio do Estado apurou que, entre as candidaturas ao governo do Estado, todos pretendem chegar ao segundo turno, mas já estão fazendo planos para o que vem depois.

O ex-governador André Puccinelli (MDB), por exemplo, que lidera a maioria das pesquisas publicadas até agora, mantém conversas com pessoas ligadas à chapa de candidatos, como Rose Modesto (União Brasil) e Eduardo Riedel (PSDB).

No caso da deputada federal do União Brasil, que concorre com Puccinelli ao governo, as conversas entre ambos foram frequentes na pré-campanha e há um clima amistoso entre os dois.

A expectativa é de que, em um eventual segundo turno, um apoie o outro e, pelo que indicam as pesquisas, Puccinelli está com mais chances de estar lá.

Flancos abertos

O ex-governador também tem avançado em flancos abertos na ampla aliança de Eduardo Riedel (PSDB). Depois do “climão” na cidade de Dourados, criado após a escolha do deputado estadual Barbosinha (PP) como vice do tucano, Puccinelli ampliou seus contatos – diretos e indiretos – com o prefeito da cidade, Alan Guedes (PP).

Apesar de Guedes e Barbosinha integrarem o mesmo partido, ambos não escondem de ninguém a rivalidade. Guedes derrotou Barbosinha na última eleição para prefeito. Naquela época, o deputado estadual pertencia ao DEM e só veio agora para o PP, trazido pela candidata ao Senado Tereza Cristina (PP).

A estratégia de Puccinelli, inclusive, também mira a candidata a Senadora, que foi sua secretária de Produção antes de tornar-se deputada federal e ministra da Agricultura.

O MDB não lançou candidato ao Senado justamente para não criar um rival para Tereza Cristina, que está formalmente com Eduardo Riedel nestas eleições.

O quartel-general da campanha de Puccinelli não tem criado indisposição nem mesmo com a candidatura do deputado estadual Capitão Contar (PRTB). Se Contar não estiver no segundo turno, há a possibilidade de o ex-governador ter o apoio do deputado estadual.

Em outro palanque

Neste início de campanha, também já tem aparecido políticos de partidos que têm candidato ao governo, como é o caso do PSD, em eventos de outros candidatos a governador.

Foi o caso do vereador Valdir Gomes (PSD), que, neste domingo, foi visto em evento de campanha de candidatos a deputado que estão na aliança de Eduardo Riedel e que pedem votos para o tucano.

Por enquanto, somente a aliança que tem o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) na cabeça de chapa não tem agregado políticos de outros partidos em seus eventos.

Nos bastidores, a avaliação de muitos políticos é de que, em um eventual segundo turno, por causa da superexposição neste início de campanha, tanto Marquinhos Trad quanto Eduardo Riedel tenham mais dificuldade para compor alianças com outros candidatos que enfrentarão neste primeiro turno.

42 dias para o primeiro turno das eleições

Faltam 42 dias para o primeiro turno das eleições gerais, marcadas para 2 de outubro próximo. 

CORREIO DO ESTADO