Com Odilon no páreo, vaga ao Senado no PSD segue em aberto

18/02/2022 09h52 - Atualizado há 2 anos

Juiz aposentado tem pretensão de disputar em outubro uma cadeira na principal casa parlamentar brasileira, mas partido continua com negociações

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Bruno Henrique

NYELDER RODRIGUES

Inevitavelmente, Mato Grosso do Sul vai passar por uma mudança de governo e de nomes no parlamento estadual e regional em 2022. Assim, pré-candidaturas diversas começam a borbulhar nas rodas de conversa sobre política, algumas ainda prematuras, outras já bem desenhadas.

Contudo, há ainda quem tenha clara sua ida às urnas em outubro, mas a situação pode sofrer alterações até o fim de maio, quando se encerra o prazo das convenções partidárias, com todas as candidaturas definidas e entregues à Justiça Eleitoral.

Esse é o caso do juiz aposentado Odilon de Oliveira, que em 2018 concorreu ao governo pelo PDT, chegando ao segundo turno, e agora vai tentar entrar na disputa pelo Senado.

Diante de um cenário bastante consolidado com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (União Brasil), provavelmente ao lado do tucano cabeça de chapa Eduardo Riedel, ele surge até aqui como o segundo nome na disputa pela única vaga que estará disponível para senador este ano.

“Estou fechado para ser pré-candidato”, respondeu Odilon sobre suas pretensões. Contudo, ao ouvir questionamentos sobre outras possibilidades, revelou que elas existem.

“É muito cedo ainda também para confirmar algo. Tem de haver um lançamento antes de qualquer coisa. O que está posto agora não significa que no futuro não possa mudar. A minha opção é sair ao Senado, mas no fim quem decide é o conjunto”, frisa, ao ser levantada a hipótese dele se candidatar à Câmara Federal.

O juiz aposentado em suas andanças em busca de apoio já visitou Corumbá, Coxim e Três Lagoas, além de Dourados duas vezes.

Ele nega que tenha se reunido com a família Razuk e com o vice-governador Murilo Zauith nas visitas – ao contrário do que fez o candidato pessedista ao governo, Marquinhos Trad, em sua ida à maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul.

“Tenho uma reunião marcada com ele [Odilon] na última semana antes do Carnaval, agora no fim de fevereiro, e creio que ali vão me dizer as pretensões dele”, conta ao Correio do Estado o presidente regional do PSD, o senador Nelsinho Trad.

O dirigente partidário comenta ainda que não foi lhe passado nada oficialmente sobre a candidatura nem sobre uma suposta indicação de Mariana Zauith, filha de Murilo, para ocupar o posto de pré-candidata ao Senado na chapa de Marquinhos.

“Ela seria um excelente quadro. É uma pessoa exemplar e que serve de espelho para a geração dela, mas precisamos conversar melhor para definir esses nomes. Quanto ao Odilon, ele se filiou com a intenção de concorrer ao Senado, mas uma candidatura precisa de mais conversas”, conclui.

PLANOS DE ODILON

O juiz aposentado, famoso nacionalmente pelo enfrentamento ao crime organizado, já planeja como vai levar sua pré-candidatura ao Senado à frente, divulgando-a principalmente no interior sul-mato-grossense.

“Quando puder ter uma atuação mais ampla, pretendo fazer contatos. Isso lá para abril, quando constantemente vou fazer minhas caminhadas, principalmente no interior. Vou viver fazendo isso. Tive uma atuação contundente como juiz, então tenho o que mostrar e todos me conhecem. Só preciso reavivar meu trabalho”, explica.

Odilon também frisa saber que documentários e outras produções envolvendo seu nome têm lá sua importância para manter seu nome nos holofotes, mas ele não crê que influencie em decisões, pois seu nome já é uma realidade.

QUEM MAIS?

Entre as possibilidades pessedistas para o Senado em outubro, o partido teria recebido a indicação de Mariana Zauith como uma “troca” de apoio, conquistando assim importante aliado em Dourados, conforme apuração feita pelo Correio do Estado.

Outro nome aventado, mas ainda bastante prematuro, é o do chefe da Pasta de Governo e Relações Institucionais da prefeitura, Antonio Lacerda – ele também é presidente municipal do PSD na Capital.

Contudo, o mesmo nega tal hipótese, mesmo que alguns correligionários já estejam animados com isso.

A escolha de quem vai compor a chapa do PSD ficará a cargo de Marquinhos, segundo seu irmão mais velho. Contudo, em outra oportunidade, o próprio prefeito afirmou que questões de conjuntura são tratadas pelo partido.

Nordestino, fez história em MS e tentou ser governador há 4 anos

Nascido em 26 de fevereiro de 1949, na cidade de Exu, no Pernambuco, Odilon de Oliveira ficou nacionalmente conhecido após várias reportagens mostrarem seu trabalho como juiz federal no combate ao crime organizado, em Mato Grosso do Sul.

Além disso, ele chegou a inspirar roteiro de filme com rodagem nacional e até um documentário, produzido há alguns anos e lançado recentemente pela plataforma HBO Max, contando sua história e sua atuação na Justiça Federal, com depoimentos dele mesmo e de jornalistas que acompanharam a trajetória.

CORREIO DO ESTADO