Chefe do Gaeco tem férias suspensas para encerrar operação Coffee Break

08/01/2016 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

Depois de todo impasse envolvendo permanência do promotor Marcos Alex Vera na chefia do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e até a continuidade do comando dele nos trabalhos da Operação Coffee Break, a Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) decidiu suspender as férias do promotor.

Segundo publicação desta sexta-feira (8) no Diário Oficial do Ministério Público Estadual (MPE), Marcos Alex teria férias de ontem (7) até o dia 16 de janeiro, mas a portaria que concedeu o descanso ao promotor foi cancelada.

O motivo da suspensão não foi divulgada pelo MPE, mas nos bastidores do órgão, a informação é que a chefia do Ministério Público quer que as investigações da Coffee Break e o encaminhamento de todo processo ao Judiciário ocorra o mais rápido possível.

TRABALHO FRACO

No mês passado, cogitou-se a saída do promotor do comando da investigação. A avaliação era de que o MPE passaria vergonha no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul com relatório de Marcos Alex. Os advogados fariam festa com a fragilidade da fundamentação dos indiciamentos.

Os advogados ouvidos consideram o relatório impreciso, posto que os argumentos são frágeis, inconcluso e fajuto. As opiniões de advogados experientes, como André Borges e Renê Siufi, são convergentes no que se refere à inconsistência da peça jurídica.

O relatório, aliás,  não poupa palavras - em sua fundamentação - como rumores, teria havido, “indícios’’  e, por fim, a recomendação para que seja instaurado ‘‘procedimento investigatório complementar’’ visando a apuração ‘‘de eventuais vantagens pecuniárias e não pecuniárias a vereadores’’ reforçando, assim, a análise de que o documento não foi conclusivo, apesar do esforço do promotor em tentar mostrar extramuros o contrário.

O advogado criminalista Renê Siufi, que faz a defesa do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e dos vereadores peemedebistas Carla Stephanini, Edil Albuquerque e Paulo Siufi, neste caso, afirma que nunca viu um documento tão fraco.

“É sem consistência nenhuma. Não aponta fatos. Não diz nada. Acusa pessoas que eram testemunhas. É fraquíssimo. Tíbio. E ainda pede para fazer novas diligências, mostrando sinal que não tem provas”.

Nos meios jurídicos o que se fala é que a investigação do Gaeco foi preguiçosa, pois muito ainda precisa ser apurado. Além disso, no entendimento de outros advogados, o que o Gaeco conseguiu, até agora, daria margem, quando muito, ao prosseguimento da investigação.

A esse respeito, o advogado André Borges afirma que parte da fragilidade do relatório, se deve à falta de experiência e capacitação técnico do Ministério Público para realizar investigação criminal, tarefa que a Constituição Federal atribuiu à polícia, esta sim habilitada e com experiência no assunto.

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