Chefe do Gaeco tem férias suspensas para encerrar operação Coffee Break
Depois de todo impasse envolvendo permanência do promotor Marcos Alex Vera na chefia do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e até a continuidade do comando dele nos trabalhos da Operação Coffee Break, a Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) decidiu suspender as férias do promotor.
Segundo publicação desta sexta-feira (8) no Diário Oficial do Ministério Público Estadual (MPE), Marcos Alex teria férias de ontem (7) até o dia 16 de janeiro, mas a portaria que concedeu o descanso ao promotor foi cancelada.
O motivo da suspensão não foi divulgada pelo MPE, mas nos bastidores do órgão, a informação é que a chefia do Ministério Público quer que as investigações da Coffee Break e o encaminhamento de todo processo ao Judiciário ocorra o mais rápido possível.
TRABALHO FRACO
No mês passado, cogitou-se a saída do promotor do comando da investigação. A avaliação era de que o MPE passaria vergonha no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul com relatório de Marcos Alex. Os advogados fariam festa com a fragilidade da fundamentação dos indiciamentos.
Os advogados ouvidos consideram o relatório impreciso, posto que os argumentos são frágeis, inconcluso e fajuto. As opiniões de advogados experientes, como André Borges e Renê Siufi, são convergentes no que se refere à inconsistência da peça jurídica.
O relatório, aliás, não poupa palavras - em sua fundamentação - como rumores, teria havido, “indícios’’ e, por fim, a recomendação para que seja instaurado ‘‘procedimento investigatório complementar’’ visando a apuração ‘‘de eventuais vantagens pecuniárias e não pecuniárias a vereadores’’ reforçando, assim, a análise de que o documento não foi conclusivo, apesar do esforço do promotor em tentar mostrar extramuros o contrário.
O advogado criminalista Renê Siufi, que faz a defesa do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e dos vereadores peemedebistas Carla Stephanini, Edil Albuquerque e Paulo Siufi, neste caso, afirma que nunca viu um documento tão fraco.
“É sem consistência nenhuma. Não aponta fatos. Não diz nada. Acusa pessoas que eram testemunhas. É fraquíssimo. Tíbio. E ainda pede para fazer novas diligências, mostrando sinal que não tem provas”.
Nos meios jurídicos o que se fala é que a investigação do Gaeco foi preguiçosa, pois muito ainda precisa ser apurado. Além disso, no entendimento de outros advogados, o que o Gaeco conseguiu, até agora, daria margem, quando muito, ao prosseguimento da investigação.
A esse respeito, o advogado André Borges afirma que parte da fragilidade do relatório, se deve à falta de experiência e capacitação técnico do Ministério Público para realizar investigação criminal, tarefa que a Constituição Federal atribuiu à polícia, esta sim habilitada e com experiência no assunto.
http://www.correiodoestado.com.br