Caso Abin paralela: PF negocia delações e estima prazo para fim do inquérito
Diretor da Polícia Federal diz que caso deve ser encerrado entre julho e agosto
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, disse nesta terça-feira (11) que investigadores negociam colaborações premiadas no inquérito que investiga o uso de forma ilegal de um software na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o delegado, além das possíveis delações, há a análise de todo o material apreendido durante as operações do caso.
A expectativa da PF é que o inquérito seja concluído em julho ou agosto. Mas os delegados ressaltam que as condições são válidas “exceto se aparecer fato novo”.
“Em julho, agosto, a gente conclui o inquérito. Tem diligências finais, tem a possibilidade de colaborações de investigados e que está em fase de discussão interna com os possíveis colaboradores, e análise de material”, afirmou o diretor-geral em café da manhã com jornalistas na sede da PF, em Brasília.
A Polícia Federal abriu o inquérito em março do ano passado para apurar possível espionagem feita pela chamada “Abin paralela”.
O órgão de inteligência confirmou que usou um programa secreto com capacidade para monitorar 10 mil pessoas por ano simultaneamente, sem autorização judicial. A investigação começou após o uso ser divulgado pelo jornal O Globo.
Desde o começo das investigações, duas operações foram realizadas, com prisões e buscas e apreensões.
A mais recente ocorreu em 25 de janeiro deste ano, quando o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, foi alvo da PF. Na data, 21 mandados de buscas foram cumpridos.
Ramagem nega irregularidades enquanto esteve à frente da Abin.
Elijonas Maia da CNN Brasília