Caravana da Saúde vira alvo de investigação

12/12/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos
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Divulgação

A Caravana da Saúde, programa vitrine do governo do Estado, criado no primeiro ano de mandato do governador Reinaldo Azambuja, agora é alvo de investigação do Ministério Público estadual, que apura possível superfaturamento em contrato firmado com o Instituto dos Olhos Fábio Vieira de mais de R$ 18,3 milhões. O inquérito civil teve início depois de uma denúncia anônima ao órgão, em que foi questionada a escolha da empresa do interior de São Paulo, que já é alvo de processos por erro médico e superfaturamento nos estados da Bahia, Acre, Pará e no Distrito Federal.

As falhas registradas na prestação de serviço dos caminhões do instituto aconteceram de 2010 até o ano passado. Entre as ilegalidades denunciadas, estão falta de critérios sanitários, como a realização simultânea de cirurgia nos dois olhos dos pacientes, e até casos em que pessoas atendidas perderam a visão após os procedimentos serem realizados. Superfaturamento dos contratos e nepotismo também envolvem o nome do instituto.  No Distrito Federal, por exemplo, o funcionamento das carretas foi suspenso. Outro motivo que levou ao fim dos atendimentos foi o valor cobrado, que chegou aos R$ 28 milhões em um semestre. Todos os casos estão sob investigação. A ação dos caminhões nos outros estados é parecida com a proposta da caravana em Mato Grosso Sul.

Dos 14 veículos que fazem parte do mutirão, quatro pertencem ao instituto – a estimativa é de que a empresa realize, pelo menos, 16,5 mil cirurgias oftalmológicas durante o programa –, e os dez restantes que integramo o projeto foram disponibilizados por parceiros, sem custos ao Estado.

*A reportagem, de Anny Malagolini, está na edição de hoje do Jornal Correio do Estado.

Imagem ilustrativa verdimnews.blogspot.com