Bolsonaro comemora morte de voluntário da Coronavac, sem saber que era suicídio
"Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha" comemora Bolsonaro, se referindo a ele mesmo na terceira pessoa
Com a suspensão dos testes da Coronavac, por parte da ANVISA, o Presidente Jair Bolsonaro não se conteve e foi às redes sociais para comemorar uma possível vitória sobre o Governado de São Paulo, João Dória.
Bolsonaro, sem medir palavras ou se conter diante de uma morte, foi enfático: "Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", comemorou o Presidente, sem saber que o Instituto Butantan, uma das entidades mais respeitadas no País e no exterior, havia informado o óbito por suicídio e não por qualquer motivo relacionado a vacina.
Lembrando que todo e qualquer intercorrência com relação a saúde dos voluntários deve ser informada, mesmo quando não existe relação com os testes da medicação, afinal de contas o voluntário em questão é um número que fará parte da estatística dos estudos.
Agora, resta a ANVISA explicar porque suspendeu os testes, na "calada da noite" de ontem (09), e por qual motivo, visto que suicídio não seria motivação para a adoção de tal procedimento.
Ficará com a ANVISA o ônus de atrapalhar os estudos e amedrontar voluntários, tendo também que provar que essa atitude não teve cunho político e que, diferentemente do Presidente, tem a ciência como parâmetro a ser seguido.
Esperamos que as autoridades investiguem esse caso a fundo e que não seja mais um a ser engavetado, como era comum nos tempos de ditadura, onde os porões serviam para torturar ou para esconder verdades.
Por TONI REIS