Atuação para frear pandemia é estratégia de pré-candidatos
Ações para acelerar a oferta de vacina para todos e frear os efeitos da pandemia estão no leque dos partidos
Eduardo Miranda
Praticamente, todos os gestores públicos e também os parlamentares quando perguntados sobre as adaptações de 2022 sempre afirmam que o momento é de trabalhar para pôr fim à disseminação do coronavírus e seus efeitos colaterais, global os econômica, resultado por medidas de distanciamento físico.
Embora, de fato, os governantes, políticos - com mandato ou não - tenham se debruçado no debate sobre a pandemia, eles também têm consciência de que a gestão deles - ou críticas construtivas às que estão na gestão - os dados fundamentais nas próximas ano.
Nessa linha, os partidos já começam a se posicionar e encampar ações que farão a diferença no próximo ano.
O governo de Mato Grosso do Sul, por exemplo, já negocia com quatro laboratórios - das vacinas Suputnik V, Coronavac, Pfiezer e Jansen - para a compra de vacinas para imunizar toda a sua população adulta.
A expectativa no Parque dos Poderes é de que a ação renda popularidade à atual administração de Reinaldo Azambuja (PSDB), que tentará emplacar na campanha para governador, no próximo ano, o secretário de infraestrutura Eduardo Riedel, como seu sucessor.
A gestão no governo nas ações para sair da pandemia já tem surtido os primeiros efeitos.
Depois de ter passado quase todo o mês de abril como uma unidade da federação que mais vacina no Brasil, hoje Mato Grosso do Sul é o segundo em eficiência na aplicação da primeira dose, ficando atrás somente do Rio Grande do Sul.
Ontem, Mato Grosso do Sul atingiu uma marca de 15,8% da população com pelo menos uma dose de vacina contra a Covid-19 aplicada, e o volume só não avança mais por causa dos atrasos nas remessas do Ministério da Saúde, por meio do Plano Nacional de Imunização.
Esta demora, diga-se de passagem, foi o que motivou o governo do Estado a tirar da gaveta o plano de garantir mais de 1 milhão de doses complementares.
Outros políticos que não se colocam como candidatos, mas que têm seus nomes lembrados nos corredores, como os irmãos Nelson Trad Filho (senador) e Marcos Trad (prefeito de Campo Grande), ambos do PSD, também têm adotado um discurso em defesa da vacinação , assim como o PSDB, que trabalha pela pré-candidatura de Riedel.
Ambos mantêm um discurso que, além do incentivo à vacinação, mantém uma linha de respeito aos mortos pela Covid-19 e aos cientistas.
Até mesmo a senadora Soraya Thronicke (PSL), outra que tentará viabilizar sua candidatura ao governo e que foi eleita na mesma onda do presidente em 2018, tem adotado uma linha diferente de Jair Bolsonaro (sem partido).
Enquanto nos primeiros meses do ano, o presidente da República ainda defende tratamentos alternativos não comprovados cientificamente e não incentiva o uso de máscara, a senadora - pelo menos nesse tema - passou a dissociar seu discurso do chefe do Executivo nacional.
O efeito da vacina - até agora o passaporte mais consistente para o retorno à normalidade - foi visto em janeiro, quando o governador de São Paulo, João Dória, então pré-candidato do PSDB à presidência da República, foi bem recebido por boa parte da população brasileira, ao vacinar a primeira pessoa no Brasil com a Coronavac, envasada no País pelo Instituto Butantan.
Entre os marqueteiros e os caciques dos partidos, o discurso é de que o político que demonstra mais responsabilidade na condução dos efeitos da pandemia e apresenta soluções para abreviá-la com consistência, liberando o retorno das atividades, pode sair na frente na disputa por 2022.
CORREIO DO ESTADO