Atrás na corrida, Tebet publica carta aberta aos senadores para viabilizar sua eleição

26/01/2021 09h16 - Atualizado há 3 anos

Tebet havia intensificado críticas ao governo federal, agora tenta conversar os senadores a importância da independência do Poderes da República

Cb image default
Álvaro Rezende/Correio do Estado

Flávio Veras

A senadora Simone Tebet (MDB) publicou uma carta aberta levantando posicionamentos para viabilizar sua candidatura a presidente do Senado Federal. No texto, Tebet tenta se colocar como uma candidata que preza a harmonia e independência entre os três Poderes, tentando fugir da ideia de ser oposição do governo Jair Bolsonaro (sem partido).

Nos últimos dias a senadora vem perdendo força na corrida pela chefia da Casa. Seu adversário, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tem a preferência do Planalto, além de ter conseguido aglutinar a maioria dos senadores dos maiores partidos de esquerda no Senado, PT e PDT.

Além disso, também tem a preferência da maioria dos senadores tucanos. No texto, Tebet afirma que sua candidatura nasceu da percepção da necessidade de independência do Senado.

“A construção da minha campanha à presidência nasceu da percepção da bancada do MDB de que a independência harmônica do Senado Federal com os demais Poderes é pilar essencial para o fortalecimento do Poder Legislativo e do Estado democrático de Direito. O momento exige equilíbrio, respeito às leis e à Constituição, além de um esforço conjunto, de todos, para que possamos sair o mais rápido possível dessa crise sanitária, econômica e social”, explicou.

Em visita a Campo Grande, com o candidato à presidência da Câmara Baleia Rossi (MDB-SP), a senadora tinha aumentado a temperatura em relação às críticas ao governo Bolsonaro, principalmente em condução à crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19.

Um gesto que poderia ser interpretado como uma estratégia de convencer o partido de oposição ao presidente. Porém, com a derrocada em tentar aglutinar esses partidos em prol a sua candidatura, a senadora passou a usar a estratégia de tentar convencer a ala mais de centro, que tem em seu escopo, pautas como o combate à corrupção e a agenda de reformas, travada no Congresso Nacional.

Esse posicionamento mais ao centro, fica clara nessa carta aberta aos parlamentares. O país precisa da nossa firmeza, bom senso e espírito público. Precisamos unir forças nesta reconstrução do Brasil, a começar pelo apoio incondicional ao Plano Nacional de imunização de todos os brasileiros contra a Covid 19. A gravidade da situação também exige que avancemos com as reformas que alavancarão o desenvolvimento, geração de emprego e renda, aliando nossa responsabilidade social com a devida responsabilidade fiscal”, enumerou.

E finalizou dizendo que “essa é a grande e árdua missão do Congresso Nacional. Apresento-me, assim, perante as senhoras e senhores senadores como candidata à Presidência do Senado, com o compromisso de priorizar o diálogo, democratizar a deliberação das nossas pautas, ampliar representatividade do colégio de líderes e respeitar as prerrogativas de cada uma das senadoras e dos senadores desta Casa. O Brasil dependerá da grandeza de nossos gestos. Estamos todos os prontos, porque o Brasil está em nós.”

CORREIO DO ESTADO