ARMAMENTISTA: Deputado federal Loester Trutis continua detido e pode ser levado para presídio

12/11/2020 16h01 - Atualizado há 4 anos

Deputado do PSL é suspeito de ter forjado atentado contra si, em fevereiro

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Trutis é conhecido por sua defesa da liberação das armas; foi preso por posse ilegal de armas - ARQUIVO

Eduardo Miranda

Preso desde as primeiras horas desta quinta-feira (12), o deputado federal Loester Trutis (PSL), ainda não conseguiu libertar-se do flagrante de posse ilegal de arma de fogo.

O Correio do Estado apurou que os policiais federais devem conduzir Trutis para um dos presídios de Campo Grande ainda nesta quinta-feira. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) estaria procurando uma unidade prisional para que o parlamentar, que têm direito a prisão especial, fique detido.

Trutis é um dos alvos da Operação Tracker, desencadeada a pedido do Supremo Tribunal Federal. Os dez mandados de busca e apreensão foram expedidos a mando da ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber.

O objetivo do inquérito é investigar os crimes de porte e posse ilegal de arma de fogo, além de falsa comunicação de crime. Os mandados foram expedidos no bojo de um inquérito conduzido pelo STF, em que Trutis teria sido vítima de um atentado ocorrido em 16 de fevereiro, na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia.

Em abril, o Correio do Estado obteve informações dos investigadores, que a hipótese de Trutis ter forjado um atentado contra si, não era descartada. Nas perícias realizadas à época, os policiais estavam encontrando dificuldade em identificar possíveis autores do crime, sobretudo, por poucas evidências de motivação.

O Correio do Estado também apurou que as armas apreendidas pela Polícia Federal durante os cumprimentos de mandados (9 em Campo Grande e 1 em Brasília) serão periciadas. Os policiais federais não descartam que elas tenham sido usadas no atentado denunciado pelo próprio Trutis na ocasião.

À época do atentado, Trutis não quis dar entrevista à imprensa. Falou apenas por meio de suas redes sociais, e na ocasião, atacou os veículos de comunicação.

O inquérito tramita sob sigilo, e está no Supremo Tribunal Federal, por causa do foro privilegiado do deputado federal. O Correio do Estado procurou Loester Trutis na manhã desta quinta-feira (12), ainda não obteve resposta, pelo fato de ele estar incomunicável.

QUASE CANDIDATO

Nestas eleições para prefeito de Campo Grande, Trutis tentou candidatar-se, mas teve seu pleito indeferido pela Justiça Federal, após longa batalha com seu correligionário, o vereador Vinícius Siqueira, que assumiu a candidatura. 

CORREIO DO ESTADO