André e Rose não abrem mão da disputa
Possível federação partidária exigirá que as legendas apontem um só nome para suceder Reinaldo, embaralhando o jogo
CELSO BEJARANO, NYELDER RODRIGUES
União Brasil e MDB, duas das três legendas com pré-candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul já lançados e que devem compor uma megafederação partidária com o PSDB – ou seja, concorrer em uma mesma chapa nacional e regional –, prometem não arredar o pé da disputa como cabeça de chapa.
Com a novidade da federação, ainda que se agreguem dez legendas em uma aliança, só uma pode lançar a principal candidatura, no caso, a que concorre ao governo.
O MDB já anunciou a pré-candidatura do ex-governador André Puccinelli, e o União Brasil anunciou a da deputada federal Rose Modesto, que deve sair do ninho tucano até abril para filiar-se ao União Brasil.
Já o PSDB avisou que seu pré-candidato ao governo é o secretário estadual da Infraestrutura, Eduardo Riedel.
O Correio do Estado quis saber se as três legendas podem se juntar pelo instrumento da federação partidária e se já havia um consenso acerca de qual candidato lançariam caso fosse confirmada a aliança.
O MDB de Puccinelli respondeu à questão por meio do presidente regional da sigla, o ex-prefeito de Coxim e ex-deputado estadual Junior Mochi.
O União Brasil comentou o caso por meio da presidente do partido, a senadora Soraya Thronicke, e pela própria pré-candidata Rose Modesto.
Já o pré-candidato Eduardo Riedel não quis se manifestar, pelo menos até a publicação deste material. Assim que demonstrar interesse no assunto, o espaço está aberto para tal.
Tanto o MDB quanto o União Brasil locais ainda não dão como certa a federação, apesar de os informes nacionais indicarem que ela avança para acontecer. Contudo, eles adiantam que querem disputar o governo como cabeça de chapa.
Pré-candidata do União Brasil, a deputada Rose Modesto assim abordou a questão:
“Em relação à federação, são meras conjecturas a nível federal. O que tenho ouvido das lideranças do União Brasil é que não vão abrir mão de disputar o governo em Mato Grosso do Sul! Confirmando a minha ida para União Brasil assim que abrir a janela eleitoral, estou tranquila em relação a isso! Vou disputar o governo do Estado. Não há discussão de outros cargos”.
A senadora Soraya Thronicke, em um mesmo tom, também manifestou-se sobre o cenário:
“Todas essas questões partidárias ainda estão sendo tratadas. Por enquanto, permanecemos com nosso projeto original. Em ano eleitoral e com a criação de um novo partido [União surgiu com a fusão de DEM e PSL] tão grande, como é o caso do União Brasil, é normal que estejam ocorrendo conversas em todos os sentidos, tanto a nível estadual como nacional”.
Soraya Thronicke ainda acrescentou que “portanto, neste momento, o que podemos afirmar é que temos muitas coisas a definir até abril [quando termina o período da chamada janela partidária], mas manteremos o projeto com a deputada Rose Modesto ao governo de Mato Grosso do Sul, independentemente de qualquer conjuntura, pois é um anseio da população sul-mato-grossense”.
Já Junior Mochi, presidente regional do MDB e ex-deputado estadual, ainda está com o pé para trás quanto à efetivação da federação partidária.
“Antes de qualquer resposta sobre quem abre mão ou não, é preciso que a federação aconteça, o que acho muito improvável, em razão das dificuldades e resistências que os partidos envolvidos encontrarão internamente quando os diretórios estaduais tiverem de discutir a verticalização da decisão”, diz.
Mochi, contudo, dá um recado que pode agitar as legendas em Mato Grosso do Sul caso a federação seja legitimada pelas executivas nacionais de MDB, PSDB e União Brasil.
“Diante disso, não dá para responder de forma objetiva sobre hipóteses. O que tenho certeza é da decisão do MDB de lançar candidato próprio e a pré-candidatura do André hoje é irreversível”.
A reportagem, assim como ocorreu com Rose, também tentou contato com o pré-candidato emedebista, mas até o fechamento da edição não conseguiu o retorno direto dele sobre a questão.
PACTOS
Embora as reservas quanto à implantação ou não da federação partidária nas eleições de outubro, os comandos das siglas na esfera federal mantêm adiantados aliados.
Anteontem, por exemplo, em Brasília (DF), os presidentes do PSDB, União Brasil e MDB decidiram que, no prazo de um mês, as siglas devem decidir se vão se unir pela federação partidária.
“Estamos cada vez mais convictos de que essa é a melhor solução para um país ter uma força democrática”, disse Luciano Bivar, presidente da Executiva nacional do União Brasil, cuja sigla promoveu a reunião.
Baleia Rossi, presidente do MDB, disse, ao fim da reunião que durou uma hora, que “todos aqueles [partidos] que quiserem se juntar aos três partidos para construir um projeto de País que seja uma alternativa aos extremos e que busquem uma moderação na polícia, o equilíbrio, serão bem-vindos”.
Já Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, disse que o pré-candidato tucano e governador do estado de São Paulo, João Doria, abriria mão da disputa se assim entender os partidos que concordarem com a federação. Nesse caso, ele concorreria à reeleição paulista.
CORREIO DO ESTADO