"Estamos com vocês, mas fiquem de boa", teriam dito policiais militares aos extremistas em 8 de janeiro, durante os atos de depredação das sedes dos Três Poderes. O depoimento prestado por Armando Valentim Settin Lopes de Andrade à Polícia Civil do DF foi lido na CPI da Câmara Legislativa do DF na manhã desta quinta-feira (31). Andrade é suspeito de ter financiado os acampamentos extremistas.

Após a leitura do depoimento pelo presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), Andrade disse não reconhecer completamente o depoimento. "Eu assinei [o depoimento dado à PCDF] porque queria ir embora. Eu estava sem óculos, fui preso com viaturas não adesivadas e estava com medo", alegou. Ele acrescentou que "ficou decepcionado" com tudo o que aconteceu. "Estou arrependido e faria tudo diferente", alegou.

Andrade também disse que conheceu algumas lideranças durante o período em que ficou detido. "Eu não ficava todo dia no acampamento e não havia uma liderança. Eu ia quase sempre, porque tinha uma ansiedade por ir lá, mas ficava apenas 10 ou 15 minutos", afirmou.

O depoente disse que ficava no acampamento em grupos de orações e que, depois de preso, tentou contato com diversos políticos para pedir ajuda. No entanto, em outros momentos, Andrade voltou a contestar o próprio depoimento prestado à PCDF, em que teria confirmado ouvir nos dias do acampamento conversas sobre a colocação de explosivos em regiões consideradas estratégicas, como a rodoviária do Plano Piloto.

 Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília