Acampamento bolsonarista perde quase todas as tendas, mas líderes negam o seu fim
A primeira vista, acampamento aparenta "respirar por aparelhos"
Mesmo vazio, manifestantes bolsonaristas negam o desmanche no Comando Militar do Oeste (CMO).
Instaurado no dia 30 de outubro, após a derrocada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diante de Luiz Inácio 'Lula' da Silva (PT), no segundo turno das eleições gerais de 2022, os manifestantes negam a desmobilização do acampamento localizado na frente do quartel, na Avenida Duque de Caxias, região central de Campo Grande.
Desamparados por Bolsonaro, que rumou aos Estados Unidos no 'apagar das luzes' de 2022 (antes do fim de seu mandato), os poucos manifestantes que persistem acampados parecem manter a estrutura sob 'cuidados paliativos'. A mobilização que ja dura 67 dias parece respirar por aparelhos.
Sem grandes cardápios, discussões sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), cerca de 10 pessoas tratam de manter as poucas unidades funcionais que ainda restam no espaço. O número foi constatado pelo Correio do Estado nesta quinta-feira (5).
Sem o fluxo notório de pessoas que crescia ao passo em que o horário do almoço se aproximava, sem o alvoroço dos momentos em que as dinâmicas vespertinas começavam, o espaço já não conta com a mobilização outrora vista nos últimos dois meses.
No auge das manifestações, eram os manifestantes fervorosos os responsáveis por tremularem as bandeiras do Brasil em frente ao semáforo, ao passo em que acenavam para eventuais simpatizantes que transitavam pela via.
Para além da cozinha comunitária, e de duas ou três pessoas que além de prepararem o alimento, cuidam dos utensílios utilizados nos preparos da comida, o espaço mantido é por onde chegam mantimentos.
Além dele, o único local que segue funcionando é o acampamento, localizado à esquerda da cozinha, também próximo ao portão principal do exército.
Dito isso, todo o resto foi desmobilizado. Quem passa por lá, nota o esvaziamento do local.
Sem as orações, vendas de camisas e bonés da seleção, além de adornos e utensílios verde e amarelo, o que restam na avenida Duque de Caxias são as sinalizações de responsabilidade da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), alguns banheiros químicos, pallets de madeira e pneus.
Agora, a via é tomada por armações de ferro, objetos que outro dia foram base para o acampamento dos manifestantes. Questionados sobre uma possível desarticulação do espaço e volta às suas rotinas, os remanescentes dizem que "não há nada disso (desmobilização), e que tudo não passa de coisa de oposição".
ALISON SILVA
CORREIO DO ESTADO