VIOLÊNCIA: Transgressores do toque de recolher impõem medo a comerciantes

02/06/2020 09h25 - Atualizado há 3 anos

Toque de recolher estipulado pela prefeitura é das 0h às 5h

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Toque de recolher aumenta no fim de semana na Capital - Reprodução

Bruna Aquino

Mesmo com a prorrogação do toque de recolher, ainda há quem está desobedecendo à medida decretada pela prefeitura de Campo Grande para conter a disseminação do novo coronavírus, principalmente nos fins de semana. Com isso, alguns comerciantes estão com medo de transgressores que não aceitam o fechamento na hora estipulada pela administração municipal e acabam sendo vítimas de violência.

O toque de recolher foi criado para evitar que a população circule durante o horário de proibição das 0h às 5h, e, consequentemente, diminua a circulação do coronavírus no município, mas o que se tem visto na prática é diferente e enquanto as reclamações se multiplicam, o contágio na cidade vem crescendo.

Diferente dos outros dias da semana, o maior fluxo de pessoas nas ruas e nos comércios durante o horário estipulado continua sendo entre sexta-feira e domingo, o que aumenta os índices de violência e insegurança.

Isso porque só este fim de semana foi recorde em número de pessoas nas ruas e totalizou 822 desobedecendo ao decreto, segundo a Guarda Municipal e 62 estabelecimentos foram orientados a fecharem as portas. O sábado foi o dia com maior quantidade de pessoas nas ruas, 420 em poucas horas.

O prefeito Marcos Trad (PSD) já destacou sua posição e frisou que se a desobediência aumentar bem como os casos da doença na Capital as medidas serão mais severas, porém não mencionou quais seriam.

MEDO E VIOLÊNCIA

A comerciante S.A.M, de 50 anos, passou por momentos de tensão na última sexta-feira (29), quando três homens quebraram mesa e agrediram sua filha em um trailer de lanchonete na Avenida Guaicurus.

Segundo a Guarda Municipal, o caso aconteceu às 0h30 quando o trio, com idades entre 23 a 27 anos chegaram ao local e pediram um lanche.

Por ter passado do horário do toque de recolher e, porque já estava fechando o estabelecimento, a vítima disse que faria o pedido, mas que poderia ser apenas para viagem já que os clientes não poderiam ficar no local.

Não gostando da negativa, um dos agressores identificado apenas como Eduardo chutou uma das mesas da lanchonete e arremessou a máquina de cartão de crédito da vítima no chão.

Já o comparsa identificado pela Guarda como Fabiano, agrediu a filha da funcionária de 22 anos com um capacete e xingou as vítimas, ameaçando voltar no dia seguinte.

Fabiano tentou fugir de motocicleta, mas foi impedido por equipes da Guarda que descobriu que ele não portava documento de CNH e estava com os documentos irregulares. A motocicleta foi encaminhada ao pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) enquanto o agressor bem como seus colegas foram levados até a delegacia de polícia. 

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Mesa foi quebrada e comerciante agredida na Avenida Guaicurus - Reprodução

CORREIO DO ESTADO.